Desvio de função seletivo: só ficou quem tem padrinho comissionado
O desvio de função em Laranjeiras do Sul não é apenas ilegal — é seletivo. Após a recomendação expressa do Ministério Público, a Prefeitura até recuou em parte: a maioria dos servidores voltou às suas funções de origem, como determinou o MP. Coincidência? Não. Só permaneceu no desvio quem mantém relação direta com cargos comissionados da administração.
No Ginásio Laranjão, o “vigilante” segue sendo servidor de serviços gerais — pai de secretário. Na rodoviária, zeladores continuam fazendo segurança em local de alto risco. No S.O.S, onde há crianças acolhidas e a segurança deveria ser inegociável, um serviços gerais ocupa o posto de vigilante. Para uns, a lei. Para outros, o jeitinho.
Nada contra os servidores. Eles trabalham, obedecem ordens e precisam do salário. O crime é o desvio de função, já reconhecido e formalmente proibido pelo MP. A seletividade expõe o problema real: proteção política, afronta à impessoalidade e desprezo pela moralidade administrativa.
O recado do Ministério Público foi claro: reconduzir, cessar, corrigir. Cumprir para uns e ignorar para outros não é cumprimento — é desobediência disfarçada. A pergunta permanece: a Prefeitura vai tratar a lei como regra geral ou como privilégio de poucos?
Por Cesar Minotto – Blog Olho Aberto Paraná
Nenhum comentário:
Postar um comentário