quarta-feira, abril 06, 2022

Letalidade da Covid-19 entre crianças cai de 1,6% em 2020 para 0,1% em 2022




O Hospital Pequeno Príncipe (HPP) completou dois anos desde o primeiro atendimento a um caso confirmado de Covid-19 e tendo motivos para celebrar. Desde o início da pandemia e a partir do aprendizado adquirido no dia a dia de cuidados aos pacientes, o hospital conseguiu uma melhora significativa nos indicadores relacionados à assistência. A taxa de óbito, por exemplo, caiu bastante: em 2020 a letalidade ficou em 1,6%; em 2021 caiu para 0,8%; e em 2022, mesmo com a explosão no número de casos da doença entre crianças, essa taxa está em 0,1%.

Em cerca de dois anos de pandemia, informa ainda o HPP, foi registrado um total de 2,9 mil casos positivos da doença, com 510 internamentos, 127 internamentos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 16 óbitos. A melhora nos indicadores está relacionada com o aprendizado sobre a doença, o que ao longo do tempo foi se traduzindo em melhores práticas e resultados, segundo o vice-diretor-técnico da instituição, Victor Horário da Costa Souza Junior, que está à frente dos atendimentos da Covid-19. Entre as mudanças está a descontinuidade de algumas drogas e a adoção de outras.

“No início, nós achávamos que o uso de imunoglobulinas auxiliava no tratamento, mas com o passar dos dias percebemos que a melhora não era significativa. Por outro lado, passamos a usar o tocilizumabe, um moderno anti-inflamatório, e percebemos uma boa melhora dos pacientes. Esse medicamento foi incorporado ao nosso protocolo de atendimento”, explica o médico.

Outro aprendizado diz respeito ao uso de máscaras full faces em pacientes em necessidade de ventilação mecânica. Ligadas a um respirador, elas promovem a ventilação, muitas vezes evitando a necessidade de intubação. Com isso, segundo as enfermeiras Flávia Marafigo Vecina (coordenadora das unidades críticas do Pequeno Príncipe) e Junia Selma Freitas (vice-diretora de Enfermagem), foi possível reduzir o risco de lesão na traqueia e sequelas pulmonares, proporcionando ainda mais conforto aos pacientes, diminuindo o trauma que uma entubação pode gerar e reduzindo a necessidade de sedação. Para completar, hoje as full faces estão beneficiando também pacientes de outros setores do Hospital.

Importância da vacinação

Os especialistas do HPP também são categóricos em afirmar o poder protetor das vacinas. “Não existe vacina para doença que não mata. As famílias precisam entender isso e levar seus filhos para tomar as duas doses da vacina, confiando na ciência e no que nós, pediatras, estamos recomendando”, destaca o vice-diretor-técnico do Pequeno Príncipe. “Olhando para a população adulta, cuja vacinação está mais adiantada, vemos que a onda de infecções provocada pela variante ômicron provocou um grande aumento no número de pacientes contaminados, mas isso não se refletiu no número de óbitos. Essa proteção que os adultos alcançaram com a vacinação precisa ser oferecida também aos nossos meninos e meninas”, finaliza o médico.

Curitiba não registra novas mortes por três dias seguidos

A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba registrou, nesta segunda-feira (4), 110 novos casos de Covid-19 e nenhuma morte pela doença. Também não houve registro de óbitos por Covid-19 no sábado e domingo.

O registro de zero morte pela doença nestes três dias ainda é preliminar e pode ser revisto, pois há óbitos ocorridos no município ainda em fase de investigação, cujo resultado pode apontar para a Covid-19 como causa, eventualmente.

Até o momento foram contabilizadas 8.212 mortes na cidade provocadas pela doença desde o início da pandemia.

Em queda no Estado

Um balanço da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mostra que os casos confirmados pela Covid-19 caíram 82,6% em março no Paraná. Os dados compilados até ontem são os menores desde o início do ano e comparam os registros de fevereiro (308,3 mil casos) com os dados do último mês (53,5 mil diagnósticos).

O número de óbitos também teve uma queda significativa. 273 municípios do Estado (cerca de 68,4%) não registraram mortes em março. Destes, 101 estão sem óbitos desde 2021. Em fevereiro foram registradas 1.158 mortes pela doença, numa média de 41 registros diários. Já em março, os números caíram para 387 no mês, chegando a média de 12 registros ao dia. A redução no período passa de 66,5%.

O mês de março também foi marcado pelo aumento no número de segundas doses (D2) do imunizante contra a Covid-19. Foram 225.660 doses para completude do esquema vacinal, segundo o Vacinômetro Nacional.

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