A vida como ela é
Na noite passada, tive um sonho tão intenso, que parecia real. Acho que meu subconsciente foi invadido pelas muitas mensagens que recebo diariamente. Acordei vibrante, como nos velhos tempos, disposto a registrar tudo e compartilhar.
No sonho, eu falava para uma multidão num lugar que parecia ser aquele evento, no Palácio Iguaçu, em que lançamos um combo de programas para a Educação, com o hino das Apaes sendo cantado por uma menina da cidade de Piraquara, que me marcou muito na ocasião
Como na tela de um cinema, vi passar imagens do Escola Mil, do Escola Conectada, do apoio às Apaes. Na sequência, veio a faxina feita na Assembleia Legislativa, que gerou uma economia de R$ 600 milhões e resultou, entre outras coisas, no PAM, programa que proporcionou uma obra para cada um dos 399 municípios do Paraná e a compra de 150 ônibus para as Apaes.
Mas quando caio na realidade observo que, infelizmente, quem faz o certo nem sempre colhe bons frutos. Para fazer a faxina e as mudanças necessárias na Alep, colecionei inimigos no Centro Cívico. Gente que perdeu salário porque recebia sem trabalhar - quase mil pessoas perderam a boquinha. A essa altura da minha vida, não tenho modéstia alguma ao constatar que fui um homem de coragem inimaginável para fazer o que era preciso para colocar a casa em ordem, muitas vezes sozinho ou com o apoio de poucos companheiros que concordavam em fazer o certo.
Paguei muito caro por ter mexido com os poderosos do Centro Cívico.
Também quando passei pela Casa Civil, com o poder que me foi confiado pelo governador Beto Richa, comandamos o maior programa de apoio aos municípios paranaenses que até hoje não apareceu nada comparável. Ouço todos os dias que atualmente a falta de criatividade e de visão de Estado por parte das autoridades estão deixando nosso Paraná estagnado.
Voltando ao meu sonho, vejo minha região, principalmente União da Vitória, onde construímos a ponte, reformamos todas as escolas, equipamos, cuidamos - desde a praça central até o antigo Cine Luz - e muitos outros benefícios como asfalto, novas moradias em locais seguros para pessoas que moravam em áreas de alagamento na barranca do rio.
Muita coisa boa foi feita e é muito gratificante a sensação de saber que não passou de sonho. Mas aí vem a dor da minha alma, que me obriga a refletir porque não me deixa em paz. Construímos em Bituruna, cidade onde nasci e moro hoje, talvez a melhor escola do Paraná, cuja construtora se envolveu, mais tarde, em um escândalo envolvendo outras obras que não aquela da minha cidade. Mesmo tendo o dono da construtora afirmado em depoimento que eu não tive nenhuma participação ilícita, que não obtive nenhuma vantagem com a tal construtora, me envolveram no pacote do processo. Nunca tiveram a dignidade de vir mostrar a escola que foi muito bem construída 12 anos atrás de forma absolutamente regular em todo o processo, desde o início até a entrega da obra. Pessoas que tiveram participação comprovada em desvios de recursos hoje estão livres por aí. Enquanto que eu irei conviver até o fim dos tempos com o peso das consequências de falsas acusações e da força que têm as versões mentirosas e caluniosas que são difundidas por interesses escusos.
Faço a reflexão agora porque tenho recebido todos os dias o apelo de paranaenses para que eu permaneça na política, que seja candidato ao Senado ou a deputado estadual. Aí me pergunto se a melhor opção não seria continuar cuidando da minha empresa e deixar a vida pública, que marcou muito na minha trajetória pelos bons resultados ao Paraná, mas ao mesmo tempo deixou cicatrizes e muita ingratidão. É lamentável que, na realidade, no mundo político não existe esse clima saudável e amistoso que é visto aqui fora.
Sonhei, revivi, acordei.

Nenhum comentário:
Postar um comentário