quarta-feira, março 23, 2022

Empreendedorismo feminino: tecendo a trama de demandas conflitantes

 


Empreendedorismo feminino: tecendo a trama de demandas conflitantes

Women's entrepreneurship: weaving the web of conflicting demands

LYDIA LUYZA GANDOLFI CARDOSO

Estamos face a face com a multiplicidade dos papéis femininos, e este artigo se propõe a discutir as demandas conflitantes vivenciadas por mulheres empreendedoras e as estratégias que elas utilizam para enfrentá-las. Mulheres, já nascemos corajosas! 

Vivenciamos um momento histórico!

  Com uma vasta multiplicidade dos papéis femininos, este artigo se propõe a discutir as demandas conflitantes vivenciadas por mulheres empreendedoras e as estratégias que elas utilizam para enfrentá-las. 

A análise do discurso de entrevistas feitas com donas de negócios próprios revela a existência de três categorias de situações conflituosas: conflitos no espaço do trabalho; conflitos entre demandas familiares e profissionais; conflitos entre demandas do trabalho e pessoais. 

Para fazer frente às demandas conflitantes, as empreendedoras recorrem principalmente às seguintes estratégias: auto-organização do tempo, estabelecimento de parcerias e cumplicidade, e uso de dispositivos de alívio de tensão. 

À luz da literatura sobre empreendedorismo feminino, os dados indicam que as empreendedoras inovam no confronto dos impasses, introduzindo transformações nos contextos familiar, profissional e pessoal.

 Devemos atribuir às mulheres uma aptidão para pensar e fazer diversas coisas simultaneamente e considerando-se a multiplicidade de papéis uma característica do universo feminino, faz-se necessário ganhar uma melhor compreensão acerca das formas utilizadas pelas mulheres para lidar com tal multiplicidade. Neste sentido, segundo Uchitelle (2002), as mulheres têm encontrado um meio termo entre trabalho e família. 

As mudanças dos meios de produção e serviços deram ênfase para o surgimento do empreendedorismo em decorrência do avanço tecnológico e sua rapidez, no entanto a função do empreendedorismo envolve um processo de começar e instituir transformações no sistema organizacional e social, visto que as mulheres eram responsáveis por cuidar dos filhos e o marido, sendo ele quem trazia o sustento para casa. 

Contudo essa visão da mulher não se limita nesse aspecto, mas se dá em decorrência do fato de buscarem satisfação pessoal por meio da capacidade de saberem administrar com eficiência a sua casa e a empresa. 

Segundo o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, a mulher revela profissionalismo e identidade no meio empresarial, pois o Brasil aponta uma proporção de empreendedorismo feminino entre o total de empreendedores pesquisados de (49%), apresentando a quarta maior proporção, referente aos 54 países pesquisados (GEM, 2011). 

A revista Exame apresenta os dados em que mostram que a taxa de empreendedorismo feminino é a maioria nas quatro regiões brasileiras, só não ultrapassando a região Nordeste já que a participação dos homens ainda é maior, mas dos novos empreendedores as mulheres já estão com 49%.

 O empreendedorismo feminino se destaca devido ao seu crescimento, principalmente no estado de Minas Gerais. O presente trabalho tem como finalidade identificar o perfil das mulheres empreendedoras mineiras, analisando os desafios enfrentados por elas e o sucesso ao longo da trajetória do negócio.

Na atualidade, várias contingências cercam a inserção das mulheres no espaço público do trabalho e, em todo o mundo, cresce o interesse pela análise das características e consequências do trabalho feminino. Neste sentido, este artigo pretende provocar discussões e reflexões sobre uma forma específica de inserção das mulheres no mundo do trabalho constituída pelo empreendedorismo feminino.

O empreendedorismo se caracteriza por uma capacidade de identificar oportunidades e criar algo inovador sob condições de incerteza, assumindo os riscos aí envolvidos. 

Persistência e visão de futuro envolvem o processo de empreender que tem como resultantes uma nova maneira de realizar um trabalho um novo produto, serviço ou atividade ou a criação de um novo empreendimento. Tal concepção, aqui adotada para analisar o empreendedorismo feminino no Brasil, deixa evidente que variados fatores psicológicos, tais como motivação, atitudes e comportamentos estão envolvidos na noção de empreendedorismo.

A análise do empreendedorismo feminino tem despertado a atenção de investigadores. Hoje, busca-se mapear as experiências de mulheres que, ao criarem e/ou assumirem a liderança de seus próprios negócios, inovam, transpondo o denominado "teto de vidro", entendido como uma barreira simbólica que dificulta a ascensão das mulheres aos níveis mais altos da administração empresarial. 

No Brasil, as empreendedoras inovam também na cultura organizacional, ao se colocarem como um contraponto à exclusão das mulheres do processo sucessório de empresas familiares. A questão da criação e condução de firmas por mulheres brasileiras possui grande relevância social e econômica no âmbito das micro, pequenas e médias empresas, pois é neste contexto que se concentram os empreendedores brasileiros dos quais 46% são mulheres, somando a expressiva cifra de 6,4 milhões de empreendedoras (Global Entrepreneurship Monitor [GEM], 2003). 

A atividade das empreendedoras brasileiras se insere no significativo potencial econômico do empreendedorismo feminino praticado na América Latina e no Caribe (Weeks & Seiler, 2001). Estas autoras verificam que as empreendedoras destas regiões compartilham muitas características com outras mulheres empreendedoras. Independentemente da nacionalidade, são semelhantes, por exemplo, os tipos de negócios mantidos, bem como as modalidades de desafios e as questões enfrentadas pelas empreendedoras para fazer seus negócios crescerem.

No entanto, são escassas as pesquisas mais aprofundadas sobre o empreendedorismo feminino no Brasil. Busca-se, então, com uma abordagem psicossocial da questão, contribuir para a construção do conhecimento nesta área. Neste sentido, o objetivo específico deste artigo é analisar os impasses vivenciados pelas empreendedoras brasileiras e as formas de ação que utilizam para lidar com as demandas profissionais, familiares e pessoais.

Muito além de produzir renda extra, as mulheres estão transformando o mundo. As mulheres estão conquistando cada vez mais o seu lugar, principalmente no empreendedorismo. Estão saindo da CLT e criando lugar de destaque no fantástico universo do empreendedorismo. 

Segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor, existem 30 milhões de mulheres brasileiras empreendedoras. Esse número equivale a quase metade do mercado empreendedor (48,7%). Desse modo, o empreendedorismo feminino está ganhando espaço e mais mulheres estão gerenciando o seu próprio negócio.

Cerca de 9,3 milhões de mulheres estão à frente de negócios no Brasil e em 2018 as mulheres empreendedoras já eram 34% das donas de negócios. Esses são dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) realizada pelo IBGE. Além disso, cerca de 60% dos negócios virtuais da Nuvemshop, plataforma de e-commerce líder na América Latina, são administrados por mulheres.

Outros dados relevantes do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostram que o Brasil está em sétimo lugar no ranking de mulheres à frente de empreendimentos iniciais. E que hoje já existem 24 milhões de mulheres empreendedoras no Brasil.

A presença de mulheres em cargos de liderança traz melhorias para a sociedade, economia e para as empresas. Além disso, as lições de empreendedorismo, principalmente o feminino, auxiliam no crescimento da economia e na criação de novos empregos e oportunidades para outras mulheres.

Gostaram deste estudo? Não deixe de nos acompanhar para mais artigos e estudos! É sempre uma honra, compartilhar conhecimento com vocês, afinal de contas, somos a essência do empreendedorismo feminino: tecendo a trama de demandas conflitantes!


LYDIA LUYZA GANDOLFI CARDOSO, é acadêmica de Direito e CEO da  Agência de marketing Estrela (@estrelagencia)

Um comentário:

Jose luiz disse...

Se vc escrevesse menos todos iriao ler mais assim não dá querida.