quarta-feira, março 17, 2021

Caso Daniel: Justiça manda transferir Edison Brittes e pede explicações sobre maus-tratos que réu diz ter sofrido na prisão

A Justiça mandou que Edison Brittes, réu preso pelo homicídio do jogador Daniel Correia Freitas, seja transferido da Penitenciária Central do Estado, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, para a Casa de Custódia de São José dos Pinhais.

Na sexta-feira (12) e na segunda (15), a juíza Luciani Regina Martins de Paula, da 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, também pediu explicações ao Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) sobre maus-tratos que Edison afirmou ter sofrido na prisão.

Edison está preso desde novembro de 2018. Ele é o único preso preventivamente entre os sete réus no processo, que inclui a esposa dele, Cristiana, e a filha, Alana Brittes.

O jogador Daniel foi morto em São José dos Pinhais, em outubro de 2018. O corpo dele foi encontrado com o órgão sexual mutilado, próximo a uma estrada rural. Edison disse que o matou porque o jogador tentou estuprar a esposa dele.

Brittes responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação do cadáver, fraude processual, corrupção de menor e coação do curso do processo.

A decisão pela transferência de Edison, segundo a Justiça, atende a um pedido da defesa, que destacou que a família de Brittes mora em São José dos Pinhais.

Na tarde desta terça-feira (16), o Depen informou que a decisão de transferir o réu foi encaminhada à Central de Vagas para as providências cabíveis.


Defesa alega maus-tratos

A defesa alegou à Justiça que, na Penitenciária Central, Edison foi colocado em isolamento total por 60 dias sem motivação e, depois, recolocado em isolamento absoluto por mais 50 dias.

O advogado Cláudio Dalledone Júnior afirmou que o cliente sofreu "agressões físicas sistemáticas dos agentes". A defesa disse ainda que o réu recebeu comida azeda e ficou sem água potável.

Ainda no pedido de transferência, a defesa destacou que o preso foi colocado em ambiente escuro, sem luz, sendo "impossível saber quando é dia e quando é noite", sem banho de sol, com colchão molhado.

Segundo os advogados, as agressões "foram acentuadas depois que o réu noticiou os abusos para as autoridades de Piraquara", e houve um movimento de "colocação da massa carcerária contra o interno Edison"

O Departamento Penitenciário do Paraná informou que vai abrir procedimento administrativo para apurar as denúncias citadas.

Até a última atualização desta reportagem, o G1 aguardava retorno da defesa de Edison Brittes.

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