O boletim epidemiológico publicado nessa segunda-feira (8) pela Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa) mostra que a circulação do novo coronavírus aumentou 40% no Estado na última semana. A diferença é entre os 1.477 casos da semana epidemiológica de 24 a 30 de maio e os 2.068 da semana de 31 de maio a 6 de junho. No mesmo quadro houve aumento de 83% no número de óbitos, de 29 para 53. A doença já atingiu 283 cidades no Paraná (70,9%).
As macrorregiões que registraram maior quantidade de casos novos foram Noroeste (54%), Leste (45%) e Oeste (42%). A primeira pulou de 195 para 300 novos casos em sete dias, a segunda de 543 para 788 e a terceira de 420 para 596. A incidência aumentou 20% na região Norte, de 319 diagnosticados com a doença para 384. Entre a semana de 17 a 23 de maio e a semana de 24 a 30 de maio houve crescimento de 68% no número de casos, e a maior incidência foi na região Oeste (163%).
A pesquisa da semana epidemiológica leva em consideração a data do diagnóstico do caso ou do óbito e é alterada com frequência nos boletins conforme a identificação de novos registros. A média de novos casos por dia, a partir desse registro, foi de 295 na semana de 31 de maio a 6 de junho e de 211 na semana anerior. A de óbitos foi de 7,5 na semana passada, contra 4,1 na semana anterior.
Tendência – Os dados do boletim epidemiológico indicam que a curva de infecções pelo novo coronavírus continua crescendo e a tendência ainda é de evolução porque mais pessoas serão testadas nas próximas semanas. A testagem está dentro da estratégia adotada pelo Governo do Estado de ampliar o mapeamento, o que envolve testes rápidos, novos laboratórios credenciados e os perfis selecionados para os testes gold (RT-PCR) no Laboratório Central do Estado e no Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP). Cerca de 43 mil testes já foram realizados na rede pública.
Municípios – A doença alcançou 283 cidades nesta segunda-feira. Algumas regionais de Saúde já registram casos em todos os municípios de sua área de cobertura, como Paranaguá (1ª) e Cianorte (13ª), e outras concentram casos em 80% ou mais das suas cidades, como Curitiba e Metropolitana (2ª), com 86%; Pato Branco (7ª), com 80%; Foz do Iguaçu (9ª), com 88%; Cascavel (10ª), com 92%; Paranavaí (14ª), com 82%; Londrina (17ª), com 85%; Cornélio Procópio (18ª), com 80%; Jacarezinho (19ª), com 81%; e Telêmaco Borba (21ª), com 85%.
Os bolsões com menos casos no rol de cidades ficam na regional de Ivaiporã (22ª), com apenas 25%, e Umuarama (12ª), com 42%.
Ainda na divisão regional, Curitiba e RMC (2ª) concentram 2.346 casos confirmados, com 873 recuperados e 92 óbitos, maior registro absoluto. A segunda região em incidência é a de Cascavel (10ª), com 980 casos, 242 recuperados e 13 óbitos, e a terceira é a de Londrina (17ª), com 770 casos, 133 recuperados e 44 óbitos.
A regional de Saúde de Cascavel é a que concentra o maior coeficiente de incidência por 1 milhão de habitantes do Paraná: 177. É seguida por Cianorte (169) e Cornélio Procópio (139). O coeficiente de mortalidade pela mesma proporção populacional é maior em Paranavaí (5,4) e Londrina (4,5). Em ambos os casos a incidência é menor do que a média nacional e maior do que a estadual.
A disseminação estadual de casos do novo coronavírus começou em Curitiba e no Interior concomitantemente. Em 12 de março os primeiros casos foram identificados na Capital e em Cianorte. Dez dias depois eram 11 municípios e oito Regionais de Saúde diferentes com confirmações.
No dia 1º de abril eram 43 municípios e 19 das 22 regionais atingidas. Um mês depois, em 1º de maio, 132 municípios e apenas a 4ª Regional de Saúde (Irati) ainda não apresentava casos confirmados. Dois meses depois, em 1º de junho, 255 municípios já estavam com a doença.
Nesta segunda-feira (8), com casos em todas as regionais, a Capital ultrapassou 1.300 diagnosticados, a RMC tem três cidades (São José dos Pinhais, Pinhais e Araucária) com mais de 100 infectados e Londrina e Cascavel já ultrapassaram 600 registros positivos.
Idade – O boletim demonstra que a população economicamente ativa ainda é a mais afetada pelo coronavírus, conforme evolução desde o começo dos registros. As quatro faixas etárias entre 20 e 59 anos já contam com mais de 1.000 casos cada.
O boletim mostra que 5.482 casos da Covid-19 são de pessoas entre 20 e 59 anos, o que representa 77,9% do total de 7.031 casos no Paraná. Entre 22 de abril (data em que essa métrica foi inserida nos informes) e 8 de junho, a evolução foi percentualmente mais rápida entre os mais jovens e a população adulta na comparação com os idosos. Em números absolutos, foram 396 novos casos entre crianças e adolescentes, 4.698 entre adultos e 876 entre idosos.
Os casos escalaram 752% entre pessoas com 20 a 29 anos (de 147 para 1.253); 630% entre 40 e 49 anos (de 200 para 1.460); 589% entre 30 a 39 anos (de 242 para 1.669); 464% entre 50 e 59 anos (de 195 para 1.100); e 361% entre pessoas com mais de 60 anos (de 242 para 1.118).
Crianças – O boletim também indica crescimento expressivo entre crianças. Já são 189 casos entre bebês e crianças até 9 anos e 242 entre jovens de 10 a 19 anos. Entre zero e 19 anos o salto foi de 722% entre 22 de abril e 8 de junho, de 35 para 431 casos.
Esse crescimento contínuo da circulação da doença na população adulta e infantil ajuda a justificar a queda na média da faixa etária dos infectados no Paraná, que já está em 42,3 anos, menor índice desde o começo desse registro.
ÓBITOS – O Paraná já perdeu 157 homens e 62 mulheres para a doença. A média de idade é de 67,4 anos. Segundo os dados estatísticos, 73% tinham algum tipo de comorbidade (hipertensão, diabetes, cardiopatia, doença pulmonar, obesidade, doença renal crônica) e 27% eram saudáveis. Quase 80% eram brancos e o grau de escolaridade era variado, com predominância de pessoas com ensino médio completo.
Os óbitos já alcançaram 21% municípios do Paraná (84 dos 399). Apenas a 5ª Regional de Saúde (Guarapuava) ainda não contabilizou óbito pelo novo coronavírus.
Segundo o informe epidemiológico, 1.320 paranaenses morreram por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), entre elas a Covid-19, nos cinco primeiros meses do ano. (AEN).
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