
"Eu zero o (imposto) federal se eles zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui agora. Eu zero o federal hoje, eles zeram o ICMS”, disse Bolsonaro, no início da semana. Ontem, o presidente voltou a desafiar os governadores, alegando que os estados são responsáveis pelo alto preço dos combustíveis cobrado dos consumidores. “Eu estou aqui fazendo papel de otário. Quanto é que vai baixar na bomba para o consumidor?”, questionou ele, alegando que a queda nos preços das refinarias não têm sido repassadas aos consumidores em razão da forma de cobrança dos impostos estaduais. “Eu estou mostrando que a responsabilidade pelo preço do combustível é minha e dos governadores também. Não fique só jogando em cima de mim”, afirmou.
Na nota, os governadores afirmam que “têm enorme interesse em viabilizar a diminuição do preço dos combustíveis”, mas alegan que “o debate acerca de medidas possíveis para o atingimento deste objetivo deve ser feito nos fóruns institucionais adequados e com os estudos técnicos apropriados”.
No texto, eles afirmam que diante da maneira como o assunto vem sendo abordado por Bolsonaro, são obrigados a lembrar que o ICMS está previsto na Constituição e é a principal receita dos estados para a manutenção de serviços essenciais, como segurança, saúde e educação. “O ICMS sobre combustíveis deriva da autonomia dos Estados na definição de alíquotas e responde por, em média, 20% do total da arrecadação deste imposto nas unidades da Federação. Lembramos que 25% do ICMS é repassado aos municípios”, destaca o texto.
ReceitasOs governadores lembram ainda que os impostos federais têm um impacto de 15% no preço final do combustível ao consumidor, e cobram que o governo federal abra mão das receitas de PIS, Cofins e Cide sobre o produto. “Os estados defendem a realização de uma reforma tributária que beneficie a sociedade e respeite o pacto federativo. No âmbito da reforma tributária, o ICMS pode e deve ser debatido, a exemplo dos demais tributos”, apontam eles, que cobram ainda “um debate responsável”.
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