terça-feira, maio 28, 2019

Polícia faz operação contra suspeitos de causar prejuízo de mais de R$ 125 milhões ao Estado do Paraná

A Polícia Civil deflagrou uma operação, na manhã desta terça-feira (28), contra suspeitos de causar prejuízo de mais de R$ 125 milhões ao Estado do Paraná. São apurados crimes que, segundo a polícia, foram praticados por pessoas ligadas à JMK – empresa responsável pela manutenção dos veículos oficiais do governo estadual.

Quatorze investigados foram presos, entre eles, um dos donos da empresa.

Policiais civis foram até o endereço onde ele mora, em um condomínio de luxo perto do Parque Tingui, em Curitiba, mas o suspeito não estava em casa. De acordo com a Polícia Civil, ele foi na segunda-feira (27) para um spa em Campos de Jordão (SP) e acabou sendo detido lá junto com a esposa. No condomínio, na capital paranaense, foram apreendidos três carros de luxo.

Até a última atualização desta reportagem, não se sabia os locais de todas as prisões. Ao todo, há 15 mandados de prisão temporária e 29 mandados de busca e apreensão, de acordo com a Polícia Civil.

A Polícia Civil ainda não informou o que aconteceu com 15ª alvo, que até as 8h não tinha sido preso.

Outras ordens judiciais determinam o bloqueio de contas bancárias, além da apreensão de 24 carros de luxo que eram usados pela organização criminosa.
O G1 tenta localizar representantes da JMK e também a defesa do dono da empresa, que foi preso, para comentar a operação.


Os mandados da operação, batizada de "Peça Chave", foram expedidos pela 8ª Vara Criminal de Curitiba. Mais de 100 policiais participam da ação.


A investigação
Conforme a Polícia Civil, a investigação mostrou que os responsáveis pela JMK estabeleceram um sistema que envolvia a falsificação e a adulteração de orçamentos de oficinas mecânicas para aumentar o valor do serviço prestado.

Os superfaturamentos chegavam a 2450%, segundo a Polícia Civil.

Outra suspeita da polícia é de que peças de qualidade e preço inferiores, provenientes do mercado alternativo, eram utilizadas para a manutenção de ambulâncias e de veículos policiais. Além disso, o valor cobrado ao Estado do Paraná era o de peças originais.

'Laranjas' e empresas de fachada
Os chefes do esquema criaram, de acordo com a Polícia Civil, uma estrutura com "laranjas" e empresas de fachada. Desse modo, ocultavam e dissimulavam a origem criminosa do dinheiro.

Conforme a Polícia Civil, os crimes praticados pela organização são:
Fraude à licitação
Falsidade ideológica
Falsificação de documento particular
Inserção de dados falsos no sistema
Fraude na execução do contrato
Lavagem de dinheiro

Os contratos
A produção da RPC fez um histórico sobre a contratação dos serviços da JMK pelo Governo do Paraná. Confira:

2015 – JMK firmou contrato de 56 milhões em 2015, quando Beto Richa era o governador, com promessa de economia e inovação na gestão da frota do governo;
2015 – 1º Termo Aditivo: inclusão de cláusulas de responsabilidade sobre peças;
2016 – 2º Termo Aditivo: renova por mais 12 meses;
2017 – 3º Termo Aditivo: renova por mais 12 meses;
2018 – 4º Termo Aditivo: renova por 12 meses;
2019 – 5º Termo Aditivo: renova por seis meses (vigência de 27 de janeiro a 26 de julho), com valor acrescido no contrato de aproximadamente R$ 27,5 milhões.

Via G1PR

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