terça-feira, setembro 18, 2018

Criança morreu de pneumonia, mas sua morte pode ter sido confundida por "agressão" por equipe do Hospital São Lucas de Laranjeiras do Sul


A primeira imagem de Pietro foi registrada pela mãe, na quinta-feira, anterior a sua morte, pela manhã. A segunda, foi feita por familiares, logo após o óbito, ainda no hospital.
De acordo com os pais de Pietro Tonatto de um ano e dois meses, morto na madrugada da última sexta-feira (14), vítima de choque séptico, oriundo de Pneumonia – conforme atesta o parecer do médico legista do Instituto Médico Legal (IML) de Guarapuava, Eric Diegues – no prontuário do Hospital São Lucas, de Laranjeiras do Sul, as características da doença foram confundidas com agressão familiar.
Os pais da criança, Cleidiane Barbosa e Fernando Tonatto, contam e apresentam documentos comprovando que o primeiro atendimento foi feito na tarde da quinta-feira (13), pelo medico Paulo S. B. Peres, no município de Rio Bonito do Iguaçu, que de acordo com eles, receitou medicação para resfriado (expectorante e controlador de febre).
Como Pietro, além de não apresentar melhoras, parecia estar ainda mais doente, os pais o levaram perto da meia noite do mesmo dia, até o Hospital São Lucas, que prestava o atendimento de plantão pelo serviço público, naquele dia. Lá, foram atendidos pelo médico Ricardo M. K. Sugumati, que receitou medicação para dor e resfriado, tendo dito, segundo a mãe, que suspeitava de Meningite.
Os pais relatam que seguiram atentos, mas ao chegarem em casa perceberam que a criança não apresentava melhoras. Pelo contrário. Sentiam que o quadro piorava. Até que já na madrugada de sexta, ao constatarem que a respiração de Pietro ficava lenta, saíram novamente aflitos, rumo ao hospital. “Quando chegamos na altura da Farmácia do Tchuco, eu já percebi que ele cerrou os dentes e a respiração estava parando. O pai acelerou ainda mais. Mas quando chegamos no hospital, mesmo havendo algum movimento no peitinho, após um tempo, nos disseram que já estava em óbito”, conta a mãe.
A família se diz indignada tanto pela não identificação da doença e pelo fato da criança não permanecer internada, não dando tempo para um socorro adequado, o que consideram erro médico, como pela acusação, segundo eles, de agressão familiar. Argumentam ainda que o hospital, ao não identificar a doença, confundiu os sintomas da mesma (que começaram na altura do peito) uma vez que a liberação das toxinas que levam ao choque séptico, danificam a pele, causando  sinais como edema e inchaço, além de outros, com agressão.
“Mesmo apontando no prontuário que meu filho tinha sofrido agressão, o hospital não o estava encaminhando para o IML. Quem solicitou fomos nós. Caso não tivéssemos feito isto, não bastasse a dor indescritível que estamos sentindo, não saberíamos a causa morte e certamente eu ou nós responderíamos por um crime que jamais, cometemos. Tanto que o legista me disse que parecia que criávamos o Pietro dentro de uma bolha, pois ele não tinha nenhum arranhão”, destaca o pai, dizendo que ainda quando aguardava o carro do IML para acompanhar o corpo, recebeu uma ligação do delegado de polícia solicitando sua presença na delegacia.
Família não tem acesso imediato ao prontuário do atendimento
Na manhã desta terça-feira (18), o pai Fernando Tonatto, solicitou uma cópia do prontuário do atendimento feito ao seu filho, no referido Hospital. Mas foi informado de que teria de preencher uma requisição do documento que pode demorar até 30 dias para ser liberado, pois esse tipo de documento é encaminhado para auditoria em Guarapuava.
Nota do Hospital São Lucas
“O Centro Médico Hospitalar São Lucas informa que uma sindicância interna foi aberta para apurar os fatos, estamos coletando informações com os profissionais envolvidos. Nos solidarizamos com a dor da família, mas precisamos ser cautelosos neste momento, para não condenar ninguém antes dos fatos serem concluídos.
Diretor Clínico Jairo Leonel de Carvalho Filho”
Todos os atendimentos foram feitos pelo serviço público do Sistema Único de Saúde (SUS). Tanto na Unidade de Atendimento em Rio Bonito do Iguaçu, como no Hospital São Lucas de Laranjeiras do Sul.

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