Veículos do governo do Paraná como ambulâncias e carros da polícia estão parados em oficinas por falta de pagamento. Em Pato Branco, no sudoeste do estado, por exemplo, empresários decidiram suspender os serviços de consertos e manutenção até que recebam os atrasados.
Irineu Balan, dono de uma oficina na cidade, revela que a dívida já passa de R$ 50 mil. De acordo com ele, a JMK, empresa que desde 2015 administra mais de 15,5 mil veículos oficial não pagou nenhum dos serviços prestados pelo estabelecimento em 2017.
“Nós temos que comprar peças para repor e eles não pagam. Por isso optamos por suspender o atendimento. Vários veículos estão parados, não só na minha oficina, que tem um, mas a gente sabe de outros parceiros que têm vários veículos que poderiam estar prestando serviço para a sociedade, que é o que a sociedade precisa, mas não estão”, comentou.
Em outra mecânica de Pato Branco, são 16 veículos da Polícia Civil, do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e da fiscalização agropecuária parados há quase um mês. Com o estabelecimento, o dono, que preferiu não se identificar, conta que a dívida passa de R$ 100 mil.
Os atrasos nos pagamentos atingem também os postos de lavagem. A proprietária de um deles aponta ter recebido apenas um depósito em 2017, em agosto.
“Já tinha um valor acumulado. Recebemos um terço de tudo. Hoje a dívida é de cerca de R$ 6 mil”, contabiliza Marilucia Casela Nichetti ao lembrar que deste valor já estão descontados os 15% pagos de comissão para a JMK.
Informações do Portal da Transparência indicam que o governo do estado já repassou para a JMK quase R$ 46,5 milhões. Em outubro, foram mais de R$ 5,8 milhões.
A JMK informou que os atrasos ocorrem em função do controle da documentação mais rígido adotado em 2015. Em alguns casos, aponta, algumas empresas levam mais tempo para receber porque demoram para enviar a prestação de contas dos serviços.
Em nota, o governo do estado disse que tem feito os repasses regularmente e não sabia dos atrasos. Órgãos da administração na região de Pato Branco devem fazer um levantamento do problema e, caso seja comprovada alguma irregularidade, a JMK deverá ser notificada.
G1
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