terça-feira, janeiro 10, 2017

Vereador desviou dinheiro de diárias enquanto estava foragido

O Delegado Ricardo Jorge, titular das diligências, ouviu nesta segunda-feira (9), o ex-presidente do Legislativo de Bela Vista do Paraíso, Marcelo Eduardo Henrique, acusado de assassinar um jovem em dezembro de 2016. A nova acusação é de que ele teria desviado R$ 900 da Câmara Municipal no período em que esteve foragido.

O suposto autor do crime, o ex-vereador Willian Ricardo Chaves da Costa, mais conhecido como Willian do Dé, será indiciado por peculato, que é a obtenção indevida de recursos por funcionário público.

Apesar das investigações acerca do assassinato de Lucas Henrique Ferraz dos Santos, 19 anos, encontrado morto em dezembro do ano passado no rio Vermelho, entre Bela Vista do Paraíso e Florestópolis, na região de Londrina, já terem sido concluídas, a Polícia Civil capitulou mais um desdobramento do caso.

No dia 12 de dezembro, uma segunda-feira, Willian ligou e disse que "precisava receber R$ 900 para pagar três diárias em Curitiba". Em depoimento, Henrique comentou que o foragido "iria visitar o deputado estadual Pedro Lupion (DEM) para tratar de assuntos na área do esporte". O encontro na Assembleia Legislativa estava marcado entre os dias 13 e 14.

Um ofício despachado pela chefia de gabinete do próprio deputado confirmou o que a polícia já esperava. A reunião não aconteceu e sequer foi agendada com antecedência. Os investigadores também desconfiaram porque, nos dias solicitados para o repasse das diárias, Willian e mais três rapazes acusados de matar o jovem vieram para Londrina. Horas depois, todos se dirigiram para a cidade de Iguatemi, no interior do Mato Grosso do Sul, onde foram detidos após um trabalho realizado em parceria com a Polícia Civil sul-mato-grossense. O grupo ainda está em Mundo Novo, no mesmo estado, e aguarda a abertura de vagas em presídios de Londrina.

O cadáver de Lucas Henrique Ferraz dos Santos foi localizado pela Defesa Civil no dia 16, ou seja, 48 horas após a última data em que Willian aparentemente estivesse na capital do Paraná.

Apesar de Willian não ter conseguido a reeleição e conquistado a suplência, um procedimento interno no Legislativo foi aberto para que o dinheiro seja devolvido aos cofres públicos. Além do crime de peculato, que, conforme o Código Penal, prevê a reclusão de dois a doze anos, o acusado também vai responder por homicídio qualificado, sequestro, ocultação de cadáver, associação criminosa e lesão corporal grave.

Bonde

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