Completamente esvaziada dois dias antes do Natal quando o governador Beto Richa veio a Cascavel para dar início à demolição da cadeia pública da 15ª SDP (Subdivisão Policial), as três celas que restaram para presos em flagrante estão superlotadas novamente.
No início da tarde de ontem, 45 detentos se espremiam nas celas que teoricamente deveriam abrigar no máximo quatro pessoas cada uma delas. Isso representa um terço da capacidade que o cadeião tinha antes do fechamento das outras 30 celas. A cadeia pública, construída no início da década de 1980, foi projetada para abrigar no máximo 132 pessoas divididas em 33 celas.
Para ontem estava prevista uma transferência de presos para o complexo penitenciário onde estão localizadas a PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel) e PIC (Penitenciária Industrial de Cascavel).
De acordo com a Polícia Civil, as três celas foram mantidas para a guarda dos “presos do dia” até sua liberação pelo juiz ou o encaminhamento para a PEC. Mesmo com o recesso do judiciário, sempre há um juiz e promotor de plantão para analisar as prisões feitas em flagrante. Mesmo assim, nem todas as prisões podem ser avaliadas imediatamente e alguns presos acabam ficando mais tempo no espaço provisório. Como o solário foi demolido, os detentos que aguardam a transferência para a PEC não saem para tomar banho de sol.
Antes da demolição de parte do cadeião, havia aproximadamente 500 presos nas 33 celas, o que equivale à mesma proporção dos 45 atuais nas três celas que restaram. No dia em que o solário foi demolido, o governador Beto Richa usou uma retroescavadeira para derrubar uma das paredes. “Essa marretada simbólica significa o fim da carceragem da delegacia, ou seja, de agora em diante não teremos mais o abrigo de detentos nestas instalações”, disse Richa no dia 23 de dezembro. Quase três semanas depois, o que se vê é uma nova superlotação em um espaço carcerário que foi reduzido, mas insiste em abrigar presos acima da capacidade.
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