quinta-feira, dezembro 01, 2016

Uma “grande tristeza colectiva” e muitas dúvidas sobre o futuro de Cuba





Depois do fim de semana apático que se seguiu ao anúncio da morte de Fidel Castro, na sexta-feira, Cuba ligou hoje os motores da despedida ao totem da Revolução. Às nove horas da manhã, enquanto os soldados das Forças Armadas Revolucionárias disparavam 21 salvas de artilharia simultâneas em Havana e Santiago de Cuba, abriram-se de par em par as portas do memorial José Martí, sancta sanctorum do nacionalismo cubano, para que o povo entrasse em fila para dar o último adeus ao homem que marcou suas vidas.

A Praça da Revolução, onde fica o memorial, amanheceu cheia de gente impaciente para se despedir pessoalmente do cubano mais relevante da História, tão poderoso e tão presente que para mencioná-lo bastava um pronome: ele.

O mesmo que com sua voz aguda e hipnótica, com seu indicador direito traçando arabescos anti-imperialistas no ar, manteve por milhares de horas diante de si, diante do Comandante-em-Chefe, gerações de cubanos na própria Praça da Revolução, palco principal de suas cátedras de ideologia soberanista e marxista. “Era solene, falava com as palavras e com as mãos. Passamos momentos muito difíceis com ele e respeito aqueles que o criticam, mas nunca perdi a fé nele, e olhe que sou ateia”, dizia Libia Salazar, de 53 anos. “Lembro-me da voz dele e sinto calafrios”, afirmava Consorcio Castillo, de 73 anos

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