quinta-feira, junho 23, 2016

Pedágio - Dossiê quebra a 'caixa preta' do pedágio no Oeste

Ecocataratas arrecadou mais de R$ 2,4 bilhões entre 1998 e 2015 no trecho entre Foz do Iguaçu e Guarapuava...

O motorista, quando pega a estrada sabe o quanto pesa no bolso ir de Cascavel a Curitiba, usando a BR-277. A cada dezena de quilômetros, se depara com uma praça de pedágio e valor da tarifa é um miniassalto para o bolso e ainda maior para a economia da região. O produtor perde competitividade para escoar a produção e deixa no caminho da exportação, até o porto de Paranaguá, precioso percentual do produto.

Disto todo mundo já sabe, reclama, mas não sabia até aqui qual o lucro real aferido pela concessionária do pedágio que explora as praças de pedágio no trecho entre Foz do Iguaçu e Guarapuava, passando por Cascavel.

Ontem, o presidente da Coopavel, Dilvo Groli, importante liderança cooperativa do Oeste e uma das principais vozes contra a renovação antecipada do pedágio, entregou um relatório detalhados dos números sobre a arrecadação e os investimentos feitos pela concessionária Ecocataratas.

Uma auditoria independente, feita pela GLPCPETRI – Auditores Independentes, de Curitiba – revelou que no período entre 1998 e 2015, a Ecocataratas, arrecadou R$ 2.446.762.000,00 aferidas com receitas de pedágio, construções, acessórias e outras fontes. Deste total pagou de Pis, Confins e ISS apenas R$ 199.794 milhões o que resultou numa receita líquida de R4 2.246.968.000,00.

A Ecocataratas é controlada pela holding EcoRodovias Infraestutura e Logística S.A, que adquiriu a concessão em fevereiro de 2008, que em Agosto de 2009 passou seu controle acionário para a EcoConcessões pertencente à holding EcoRodovias. Holding que também controla a Ecovia (Imigrantes –SP), Ecopistas (Airton Sena –SP), Ecovia (Caminho do Mar – Curitiba – Paranaguá), Ecosul (Pelotas-RS), Elog (Cubatão –SP), Ecoporto (Santos-SP), Eco 101 (Espirito Santo, Bahia e Rio de Janeiro) e Ecoponte (Ponte Rio –Niterói).

Despesas


Ainda de acordo com a auditoria, neste mesmo período de 1998 a 2015, os custos dos serviços e Despesas foram da ordem de R$ 1.564.937.000,00 , o equivalente a 69,9% das receitas líquidas.

De acordo com o levantamento, a empresa contabiliza com lucro líquido R$ 343 milhões, o que já representa um lucro altamente representativo, ou seja, mais de R$ 20 milhões por ano.

A ‘caixa preta’ do pedágio no Oeste foi entregue ontem primeiramente ao presidente da Câmara, Gugu Bueno (PR).

Para Dilvo, foi a Câmara quem disparou o alerta amarelo sobre a antecipação da renovação das concessões, quando trouxeram em novembro passado informações de que a renovação já estava em curso e bastante adiantada no âmbito do Ministério dos Transportes em Brasília.

“Levei um susto. Quando chegamos a Brasília no Ministério dos Transportes para levar a Carta de Corbélia, discutida entre vereadores membros da Acamop, contra o pedágio, descobrimos que corríamos o risco de ter a renovação decidida entre quatro paredes. Alertamos a sociedade organizada de que a renovação avançava independente do interesse geral”, lembrou Gugu.

Para o presidente da Câmara, é preciso “manter esse trabalho coeso de lideranças políticas e empresariais. Muita gente fala contra o pedágio, mas é inegável a atuação persistente e sempre bem posicionada do presidente da Coopavel, Dilvo Groli, que agora apresenta números e informações preciosas”, destacou.

Dilvo destacou que o relatório da auditoria independente revela que desde o primeiro ano de implantação das praças de pedágio a receita sempre superou as despesas, numa proporção que só aumenta ano a ano. “A empresa precisa explicar à sociedade a sua bilionária arrecadação e baixa contrapartida em obras e melhorias”, entende Dilvo.

Desde 1998, a arrecadação da Ecocataratas cresceu mais de 2.400 %enquanto a inflação registra neste mesmo período foi de 240%. Só nos últimos oito anos o valor faturado nas praças de pedágio chegou a estratosféricos R$ 1,89 bilhão.

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