
O Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Paraná (NETP/PR) e a Secretaria do Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) receberam 18 denúncias sobre mais 200 pessoas em situação análoga à escravidão no Paraná só nos últimos seis meses. E um dos públicos mais vulneráveis são os migrantes que vivem no estado.
Em janeiro, no Dia Nacional de Combate ao Trabalho Análogo ao de Escravo, o núcleo prestou atendimento a 60 migrantes e refugiados no Centro de Acolhimento ao Migrante (Camiag) e, entre eles, foram identificadas vítimas. “Fizemos palestras e conversamos com alguns deles. de 10 haitianos que tivemos contato, seis estão sendo escravizados”, afirmou Silvia Cristina Xavier, coordenadora do NETP/PR.
Segundo Silvia, este público tem vulnerabilidade alta por diversos motivos, entre eles a língua e as diferenças culturais – muitas vezes, os migrantes não reconhecem que estão sendo escravizados. “São pessoas que estão perdendo filhos para a prostituição, adoção ilegal e servidão doméstica. Outros trabalham jornadas exaustivas e não recebem todos os seus direitos”, explicou a coordenadora. “É muito triste, muitos estão humilhados e têm medo de olhar olho no olho”, conta Silvia.
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