sexta-feira, outubro 23, 2015

Quedas do Iguaçu - Clima tenso toma conta da cidade e Caminhoneiros fecham ruas da cidade

Parados há 20 dias por não poderem entrar em áreas da empresa Araupel, prestadores de serviço dizem que a situação é “desesperadora”...

BRASÍLIA VAI FERVER! Caminhoneiros de todo Brasil já estão entrando em ação para invadir Brasília nos próximos dias....
Posted by Pátria Amada Brasil on Quinta, 22 de outubro de 2015

A onda de invasões nas terras da Araupel, em Quedas do Iguaçu, levou um grupo de aproximadamente 150 caminhoneiros a realizarem um protesto ontem no centro da cidade. Eles são prestadores de serviços à empresa e dizem que estão há 20 dias sem conseguir trabalhar, impedidos pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Os trabalhadores programaram um “buzinaço” na manhã de ontem. Inicialmente estava prevista apenas essa manifestação, mas na última hora eles decidiram estender o protesto que durou a tarde toda. Várias ruas foram bloqueadas por caminhões de prestadores de serviços de diferentes cidades da região.

A manifestação foi organizada pela Cotranspel (Cooperativa de Transportes de Cargas de Quedas do Iguaçu), que reúne caminhoneiros autônomos que prestam serviço para a empresa Araupel. De acordo com Lair José Simioni, presidente da cooperativa, a situação está insustentável após três semanas sem trabalho. “Não é só complicada, a situação é desesperadora”, afirmou.

Simioni afirma que por conta das novas invasões são impedidos pelo movimento de realizar o trabalho. Como não são vinculados à empresa, não conseguem receber. Os caminhoneiros recebem conforme o frete e o valor do transporte é calculado, de acordo com o volume transportado. “O MST não cumpre a lei, impede que nós cheguemos até o mato, fecham pontes. Sempre tivemos problemas de ficar parados, mas agora já são 20 dias”, relata Lair.

O líder da cooperativa afirma que há muitos caminhoneiros que se encontram em dificuldades para pagar as contas e até tratamento médico de familiares. Alguns estão com mensalidades dos filhos em atraso em faculdades e com dificuldades até na manutenção da própria família.

Tensão

O clima de conflito agrário tem se acentuado a tensão na região de Quedas do Iguaçu. No início do mês, o MST fez um protesto e fechou simultaneamente três rodovias na região, inclusive a BR-277, a mais importante do Estado e que liga Foz do Iguaçu a Paranaguá cruzando o Paraná de Leste a Oeste. Após negociações com representantes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o grupo desbloqueou após mais de 48 horas.

Na semana passada, o Incra e a AGU (Advocacia Geral da União) entraram com uma nova ação pedindo a nulidade de títulos de outra área da Araupel para fins de reforma agrária. A ação judicial seria um dos itens do acordo para pôr fim ao bloqueio às rodovias.

O MST tem aumentado a presença de invasores na área da Araupel com famílias de diferentes partes do Paraná. O movimento tem usado como estratégia colocar famílias em diferentes pontos de áreas, numa espécie de pequenos acampamentos para conquistar espaço.

O MST informou que tem interesse de que os caminhões entrem e retirem a plantação de pinus o mais rápido possível e que apenas barrou a entrada de seguranças armados a quem o movimento se refere como milícia. De acordo com Rudmar Moeses, um dos coordenadores regionais do movimento, o MST cobra ainda que a Araupel retire as máquinas que estão próximas à área onde estão acampados.

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