Paraná - Abelhas atacam e matam junta de Bois e Agricultor escapa na linha Divisor

Raimundo moi a cana para o caldo na feira ...Duro na queda o feirante sobreviveu a um ataque inexplicável de milhares de abelhas em seu sítio... 

Seu Raimundo Chaves retirou os bois da estrabaria, na Linha Divisor, interior de Francisco Beltrão, para ir à lavoura colher cana. Era semana de chuva e, quando o tempo se armou, ele levou os animais para a beira do açude a fim de saciarem a sede antes de se recolher no galpão onde a família transforma o arbusto em semimanufaturados, como o melado. Passados 40 minutos, o agricultor de 68 anos estava dentro de uma poça d'água tentando se desvencilhar da nuvem de abelhas que atacara os bovinos e a ele próprio. Os bois morreram e seu Raimundo, que levou umas 70 ferroadas, teve que ir às pressas para o pronto-socorro.

"Rapaz, os bois estavam cobertos de abelha. É um assunto quase inexplicável, porque é lógico que pra tentar socorrer eu tinha que voltar [ao galpão] e me proteger, colocar capa, luvas, mas eu simplesmente estava com uma blusa um pouquinho mais grossa que essa [um suéter] e uma bota de cano longo. Do jeito que tava eu fui e, quando me toquei, tava no meio. Rapaz do céu, me escureceu a vista...", relata o produtor, feirante há 34 anos.

No sítio do agricultor há 16 enxames que produzem o mel Polla Mel, comercializado pelo vizinho de feira de Raimundo. As caixas, cada uma com cerca de 20 mil abelhas (número estimado para esta época do ano por Gabriel Polla, engenheiro ambiental e proprietário dos enxames), estão lá há seis anos, sem nenhum acidente grave registrado até então.

Raimundo sabia do perigo pelo qual estava passando, tanto que tentou proteger os olhos porque, como ele mesmo alerta, "se elas picam dentro do olho, você perde a visão na hora". Mas há outras consequências que um ataque de abelhas pode trazer que são mais graves que a perda da visão. "No caso do agricultor, ele sofreu provavelmente um quadro de envenenamento. Poderia ter ficado cego se as abelhas tivessem ferroado o olho ou ter sofrido um acidente vascular cerebral", adverte a médica veterinária Fatiane Rodrigues de Melo, do setor de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de Francisco Beltrão.