A greve dos professores servirá como um divisor de águas na luta pela cidadania no Paraná. A avaliação é do deputado Nereu Moura, líder do PMDB na Assembleia Legislativa, ao prestigiar na manhã de segunda-feira (9), a assembleia da APP-Sindicato, que terminou com a aprovação, por unanimidade, pela suspensão do movimento grevista iniciado em 9 de fevereiro.
“O governador (Beto Richa) teve que voltar atrás (no pacote de projetos que tiravam direitos da categoria), o que foi uma lição muito grande”, disse Nereu Moura. “Então, a partir de hoje o Paraná será diferente, razão pela qual estou muito feliz por ter dado a minha contribuição para que a greve dos professores tivesse o sucesso que teve”.
Ao participar das negociações, sempre ao lado dos professores, Nereu Moura disse que estava cumprindo as prerrogativas de um deputado, que “é eleito para defender os interesses da população, e é o que estou fazendo. Uma pena que uma grande parcela (de deputados) não tenha demonstrado esta compreensão”.
Nereu Moura destacou na entrevista à TV da APP-Sindicato, parabenizando o movimento dos servidores da educação do Paraná, “que vai ficar na história. O Estado nunca mais será o mesmo, a cidadania, a luta, a força, a qualidade dos professores com coração e a alma neste movimento mudou a história do nosso Estado”.
Na visita à assembleia dos professores, Nereu Moura foi acompanhado dos deputados Requião Filho e Ademir Bier, ambos do PMDB. “Foi muito emocionante a recepção carinhosa que tivemos. Jamais sairá dos nossos corações. Continuaremos juntos, não arredaremos um milímetro sequer”, concluiu.
Contexto
A greve dos professores e funcionários da rede pública de ensino do Paraná teve início no dia 9 de fevereiro, em protesto ao chamado pacote de projetos de ajuste fiscal, enviado pelo Governo do Estado à Assembleia. As propostas, que seriam votadas em comissão geral, que permite a aceleração do trâmite, retiravam direitos históricos dos servidores e permitiam ao Executivo usar R$ 8 bilhões do fundo da Paraná Previdência.
Na primeira semana da manifestação, professores e estudantes invadiram duas vezes a Assembleia, ocupando o Plenário por quatro dias. Na segunda invasão, os manifestantes obrigaram os deputados a suspender a sessão. Diante da polêmica, o Governo do Estado decidiu tirar os dois projetos de lei da Casa e abrir negociações com a categoria, resultando no final da greve um mês após o início.
Assembleia Legislativa do Paraná - Deputado Nereu Moura
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