Como não poderia deixar de ser, a temática segurança pública vem ganhando, dia após dia, contornos de protagonismo no cenário nacional, sobretudo na mídia.
E não poderia ser diferente. A todo o momento em que nos conectamos com o mundo, física ou digitalmente, recebemos informações sobre situações em que os cidadãos são vitimados pela ação de pessoas que cometem condutas criminosas, geralmente violentas
Diga-se, a violência é, via de regra, chamariz e fator alarmente para as pessoas.
A consequência de tanta exposição se perfaz de várias maneiras na nossa sociedade pós-moderna. E um dos resultados mais perigosos que se derivam da exposição da violência em massa é, justamente, a sua banalização, que resulta em uma generalizada sensação de insegurança.
Também é preciso destacar que a sociedade pós-moderna apresentou à coletividade uma série de comodidades que geraram um bem estar geral, mormente em face dos avanços tecnológicos na área das telecomunicações, da saúde e do laser.
Por outro lado, de modo mais aparente nas sociedades capitalistas, ao mesmo tempo em que parte da população passou a ter acesso a comodidades até tempos atrás inimagináveis, a exemplo das redes sociais acessadas nos smartphones e do GPS (“Global Positioning System”), outra parte permaneceu excluída, porém desejosa de tê-las, mesmo que por meios não legítimos sob as óticas ética e jurídica.
Com isso, acresceu-se a violência, provocada sobejamente pelo desejo de posse e propriedade sobre bens valiosos sob o aspecto financeiro.
Entretanto, há situações em que o afloramento do que chamamos “esquizofrênica necessidade de ostentação” ganha contornos mais frequentes em termos de status.
Nesse contexto, é justamente na balada2 que as pessoas, pela comum necessidade de chamarem a atenção e atraírem o interesse recíproco, trazem consigo bens, carros, joias e outros ornamentos que são objeto de desejo quase unânime.
E, com tanta exposição de bens valiosos, a natural vontade de se ver suprido o desejo vem à tona.
Ademais, há outros fatores que contribuem para que a balada seja um universo de maior vulnerabilidade para seus frequentadores e razão de extrema preocupação para os responsáveis por tais pessoas, com destaque para os pais e para o Estado, na sua magna missão de preservar a ordem pública, prevenindo ou reprimindo os delitos.
Sem sobra de dúvidas, alguns comportamentos comuns nas festas são fatores que aumentam sobremaneira a possibilidade de cometimento de delitos.
Algacir Mikalovski é Delegado de Polícia Federal - Classe Especial, Mestre em Direito, Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal/Paraná-SINDPF, Oficial RNR da Polícia Militar do Paraná, Coordenador-Geral do Núcleo de Pesquisa em Segurança Pública e Privada NPSPP/UTP, Especialista em Ciências Criminais e Segurança Pública/Professor/Autor/Articulista/Palestrante

Nenhum comentário:
Postar um comentário