terça-feira, janeiro 21, 2014

Dilma esquece Bernardo na reforma do ministério

Paulo Bernardo (Comunicação) continua 'prestigiado' no Planalto, mas algumas escorregadas e trapalhadas minaram o paranaense na reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff. O inferno de Bernardo vai das operadoras de telefonia, passa pelo marco civil da internet e pela regulação da mídia e alcança a nomeação de dois protegidos. No marco civil e na regulação da mídia, o ministro apanha do próprio partido, o PT. Ele não consegue imprimir uma agenda que agrade tantos os ativistas, o partido, quanto as empresas de telecomunicações.

Já no Planalto, a chapa de Bernardo esquentou em setembro passado quando Dilma o desautorizou a falar sobre a venda da TIM para a Vivo. "A opinião do ministro Paulo Bernardo não é a opinião oficial do governo", disse Dilma. A política de telefonia é tocada pelo presidente da Anatel, João Rezende, homem de forte confiança de Bernardo. As telefônicas são campeãs de reclamações pelos péssimos serviços prestados e ainda têm as tarifas mais caras no mundo. Bernardo cala sobre tudo.

A temperatura subiu mais ainda quando outro protegido, Bernardo Figueiredo, pediu demissão da Empresa de Planejamento e Logística em dezembro. Figueiredo já havia constrangido Dilma, Bernardo e o governo quando teve seu nome vetado no Senado para presidir a Agência Nacional dos Transportes Terrestres.

A rejeição foi articulada pelo senador Roberto Requião (PMDB), que acusa os dois bernardos de ter lhe feito proposta indecorosa para construção de uma ferrovia superfaturada no Paraná. Depois de rejeitado, Figueiredo foi guindado a presidir a EPL para tocar os projetos de concessões de Dilma, principalmente nas ferrovias. Não conseguiu destravar nem o projeto do Trem Bala e ainda bateu de frente com a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) - mulher de Paulo Bernardo.

É por essas e outras que Bernardo ainda segue esquecido por Dilma. Até a Itaipu Binacional, um dos seus pleitos, ficará fora de seu alcance.

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