terça-feira, junho 07, 2011

Ex-diretor da Assembléia Legislativa vai "trabalhar no governo Beto Richa

A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) divulgou ontem que apenas 67 dos 176 funcionários do “limbo” vão trabalhar no governo do estado ou em gabinetes parlamentares e comissões da Assembleia. Desses, 18 foram cedidos para o governo e outros 49 foram designados para gabinetes parlamentares. Os servidores do “limbo” foi como ficaram conhecidos os funcionários efetivos da Assembleia considerados como sem função ou qualificação pela atual administração da Casa, que assumiu em fevereiro. O prazo para que eles encontrassem um posto de trabalho se encerrou na última sexta-feira.



Os 111 funcionários restantes não aceitaram o trabalho no Executivo ou não encontrou algum deputado que os quisesse na Assembleia. Ficarão em casa, sem trabalhar, mas com salários reduzidos proporcionalmente ao tempo de serviço no Legislativo, conforme prevê uma lei estadual.
“A redução salarial será significativa. Espero que nos próximos dias esses servidores possam se adequar à nova situação da Assembleia e encontrar um espaço no Executivo”, disse o primeiro-secretário da Casa, deputado Plauto Miró (DEM).
Investigado
Entre os funcionários do “limbo” cedidos ao governo está o ex-diretor de pessoal da Assembleia Cláudio Marques da Silva. Ele foi remanejado para a Secretaria do Trabalho, comandada pelo secretário e deputado licenciado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB). Marques da Silva foi preso no ano passado acusado de integrar uma quadrilha que desviou mais de R$ 200 milhões dos cofres do Legislativo, no escândalo que ficou conhecido como Diários Secretos. De acordo com Ro­­manelli, o ex-diretor não deve assumir função no setor de Recursos Humanos da secretaria e nem na área financeira. “Vamos identificar o perfil de cada um de acordo com o currículo e aptidões”, disse o secretário.
Dois funcionários que exerceram cargos de chefia na antiga gestão da Assembleia também encontraram “emprego” no Ins­­tituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem): Antônio Carlos Gulbino, que foi nomeado para substituir Marques da Silva na diretoria de pessoal; e o ex-coordenador técnico da Assembleia Francisco Ricardo Neto, que recebeu voz de prisão do deputado Marcelo Rangel (PPS), na semana passada, por ter supostamente mentido à CPI do Grampo.
Já Isabel Stein Miguel – filha do ex-diretor-geral da Assembleia Abib Miguel, o Bibinho, envolvido no escândalo dos Diários Secretos – vai receber para ficar em casa. Outro investigado por participar do mesmo esquema de desvio de recursos públicos que não foi enquadrado em nenhuma função no governo ou na Assembleia foi o funcionário efetivo da Casa João Leal de Matos. Ele foi preso no ano passado.
Três familiares do ex-diretor administrativo da Assembleia José Ary Nassiff, outro investigado no caso dos Diários Secretos, também estão na lista dos sem-função.
Ex-primeira-dama
Na lista dos servidores que também não encontraram um local para trabalhar estão, por exemplo, dois filhos do ex-deputado Geraldo Cartário (PMDB): Geraldine Cecilia Cartário Ribeiro e Geraldo Cartário Ribeiro Júnior.
A esposa do ex-governador Orlando Pessuti (PMDB), Regina Pessuti, também aparece na lista de funcionários que estão em disponibilidade. Mas Regina está de licença médica e deve se apresentar na Assembleia quando tiver liberação médica. Já o ex-governador Pessuti, que aparecia até a semana passada na lista dos sem função teve sua situação regularizada. Ele voltou oficialmente à Emater, na qual era servidor concursado e de onde havia migrado para a Assembleia numa transferência que foi considerada irregular pela Justiça.

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