segunda-feira, outubro 18, 2010

Apoio a Dilma se reduz no sul


A máquina política federal, que fez milagres na eleição de Gleisi Hoffmann ao Senado no Paraná, não funcionou para empurrar o pedetista Osmar Dias para o governo nem para fazer de Dilma Rousseff a primeira colocada no primeiro turno no Estado.

Esses fracassos no primeiro turno, quando o clima em torno da campanha da petista era de euforia e havia uma certeza de que ela se sagraria presidente, fez com o segundo turno se tornasse um empreendimento muito penoso para as forças que apóiam o PT no Paraná.

Dilma perdeu o primeiro turno para Serra no Paraná de 38,9% a 43,9%. A petista foi esmagada em Curitiba, principal reduto político de Beto Richa, governador eleito. Na capital Serra teve 44,7% dos votos contra 26,8% da petista.

Para o segundo turno ainda não estão disponíveis os números relativos ao Paraná, mas a situação do Sul do País sugere que as dificuldades da petista são muito grandes. Certamente muito maiores que foram no primeiro turno, quando a vitória de Dilma era considerada uma certeza.

No Sul, segundo os dados da última pesquisa Sensus, Dilma, que tinha 40,7% em 28 de setembro passou para 36,3%. Serra tinha 45,5% em setembro passou para 56%. Ou seja, abriu uma dianteira de 20 pontos percentuais na Região.

Diante dessa reversão do quadro os aliados da petista parecem se distanciar cada vez mais de sua candidatura. Até o boletim eletrônico Rede PDT, que deu sustentação à candidatura de Osmar Dias e aos candidatos do partido no primeiro turno, passou a adotar uma postura bastante crítica em relação à Dilma. Em uma foto, por exemplo, Lula aparece ao lado de Waldez Góes e José Sarney. Figuras que dispensam apresentação.

No segundo turno a situação de Dilma ficou dramática. O Paraná que apoiava Dilma está sumido, está de ressaca cívica. No primeiro turno o rolo compressor do governo federal funcionou junto às prefeituras, mas essa máquina foi usada preferencialmente para viabilizar a eleição de Gleisi Hoffmann. Não teve sucesso para garantir que Dilma ficasse em primeiro lugar no Estado ou permitir que Osmar Dias derrotasse o tucano Beto Richa.

As manifestações de apóio a petista em muitos casos se reduziram a pouco mais que mero simbolismo. Roberto Requião, que se elegeu senador com margem muito mais estreita do que se esperava, por exemplo, utiliza o twitter para mostrar que persiste em seu apoio a candidata presidencial petista.

Uma mobilização mais efetiva é esperada, por parte do Partido dos Trabalhadores, pelo lado do governador Orlando Pessuti que desistiu de uma viagem a Polônia para se dedicar a participação na campanha de Dilma. Na visão dos petistas, é de Pessuti que imaginam que possa vir um apóio capaz, quem sabe de interromper a sangria de votos que acomete a candidata do PT.

Enquanto nas hostes dos aliados de Dilma o número de baixas, ausências e defecções é grande, nas tropas alinhadas a candidatura do tucano José Serra o clima é outro. Turbinados por candidatos vitoriosos, como Beto Richa no Paraná e Raimundo Colombo, em Santa Catarina, existe o desejo de consolidar a vitória obtida nos Estados com a eleição de um presidente alinhado politicamente.

Também existe, no caso de Beto Richa, o desejo de dar nova demonstração de força política no Estado para solidificar o papel de nova liderança política do PSDB. Beto Richa tem a noção clara que uma nova vitória de Serra no Paraná deve catapultá-lo a condição de liderança nacional, alinhando-o a figuras como Geraldo Alckmin, em São Paulo, Aécio Neves e Antonio Anastasia, em Minas Gerais.

Para tornar esse papel de figura nacional mais efetivo, Beto Richa tem noção que precisa não apenas levar Serra a vencer mais uma vez no Paraná, mas tornar essa vitória um triunfo esmagador. O governador eleito tem plena noção dessa realidade.

Na quarta-feira à noite, durante a inauguração de um comitê pró-Serra, Beto Richa observou que, no Paraná, José Serra obteve 2.607.542 votos, uma diferença de mais de 306 mil votos para Dilma Rousseff.
“Queremos duplicar e, quem sabe, até triplicar essa diferença”, afirmou Richa. “Não podemos trocar o certo pelo duvidoso e deixar o Brasil entrar em uma aventura. Pela decência com que administra, pela ética, Serra é o melhor para o país”, disse Beto.

Via http://politica.horahnews.com.br/2010/10/apoio-dilma-se-reduz-no-sul-e-quase.html

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