Cachoeira do MARRECAS é o cartão Postal de Mangueirinha
Moradores de Mangueirinha organizaram um movimento para impedir a construção de uma pequena central hidrelétrica (PCH) em Mangueirinha que riscaria do mapa a Cachoeira do Marrecas, um capricho da natureza a dois quilômetros da área urbana da cidade. Esta seria a quinta PCH prevista para Mangueirinha, mas está provocando grandes protestos no município. As obras começaram no local com a derrubada de pinheiros e outras espécies nativas. Ao descobrir o que consideraram um crime ambiental, os moradores se mobilizaram e acionaram o Ministério Público.
O lugar é utilizado pela população para o lazer e o contato com a natureza, e a obra da PCH faria com que a Cachoeira do Marrecas desaparecesse. A empresa responsável já começou a alterar o local para o início do canteiro de obras. João Luis Dissenha foi quem descobriu o início da construção, ao ir ao rio para pescar lambaris, como de costume. "Fiquei surpreso e chamei a polícia e as pessoas para ver o que estava acontecendo, acho um absurdo condenar este local para gerar energia elétrica", afirmou.
O movimento foi organizado por moradores, entre eles o principal defensor do recanto natural, Dinho Benatto. "O que estão fazendo aqui é um crime, esta cachoeira, que é um cartão postal de Mangueirinha, não pode simplesmente ser riscada do mapa em nome do progresso", acrescentou o líder do movimento Salve a Cachoeira do Marrecas.
Ministério Público vai investigar
O promotor de Justiça de Clevelândia, José de Oliveira Junior, atendeu ao convite da comunidade e fez uma visita à área na tarde de terça-feira, 1°, véspera do feriado de Finados. Para ele, há um flagrante crime ambiental em andamento no local das obras. "Vamos adotar imediatamente as medidas judiciais cabíveis para verificar se a empresa tem realmente as licenças ambientais e se todos os passos para chegar até aqui foram corretos", garantiu o promotor de justiça.
Segundo os moradores e manifestantes, até agora, não foram realizadas audiências públicas e a população não foi ouvida, o que não seria tolerável, na visão do Ministério Público. Ninguém da empresa responsável foi localizado para falar sobre o caso.
O empresário Odinei José de Lara, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Mangueirinha (Aciman), confirmou que nenhuma audiência pública foi realizada com a comunidade e disse que, de fato, a população está dividida sobre o projeto, mas a maioria ainda é contrária. "Nós ainda não discutimos este assunto com os empresários na associação comercial, mas o tema está bem polêmico na cidade", completou.