As
coisas que estão por vir não são nada boas”. Foi com essa frase que o
deputado Nereu Moura deu início ao discurso da última quarta-feira (17)
na tribuna da Assembleia Legislativa.
O parlamentar se referia à gestão desastrosa de Beto Richa. O governador
está na mira da Justiça – são dois os inquéritos autorizados pelo
Superior Tribunal de Justiça por irregularidades na concessão de
licenças ambientais no Porto de Paranaguá e pelo esquema de corrupção na
Receita Estadual.
Outra ação criminal esta batendo à porta de Richa, no âmbito da Operação Lava Jato.
“A aparente tranquilidade que vivenciamos no Paraná tem hora e dia para acabar”, afirma Nereu Moura.
“Não me alegro com isso, mas momentos de grande turbulência são esperados”, diz.
O deputado citou a má gestão de Beto Richa, exemplificada em áreas como segurança pública, educação e saúde.
Nereu Moura conta que flagrou em Pato Branco uma carceragem com detentos
amontados. Um espaço com capacidade para 20 presos, abrigava cerca de
200. E o problema se repete em quase todas as unidades do Paraná.
Delegacias sendo usadas como “extensão” do Departamento de Execuções
Penais, o Depen. Uma reclamação recorrente por parte dos policiais
civis, que deixam de lado as funções para atuar como agentes
penitenciários. Um desrespeito à Lei de Execuções Penais.
“Mas Beto Richa é campeão em descumprir a Legislação”, dispara o deputado.
A de Responsabilidade das Estatais é uma delas. O secretário da Fazenda
anda “engordando” o salário em sete conselhos de empresas públicas – a
legislação estabelece participação em no máximo dois. O salário de
Mauro Ricardo Costa passa dos R$ 100 mil reais, muito superior aos R$ 27
mil que ele diz ganhar por mês.
“Estou aguardando os dados que solicitei por meio da Lei de Acesso à
informação, que vão deixar claro que o chefe da Fazenda faltou com a
verdade.”
Nereu Moura citou, ainda, a dívida do governo do Paraná com prestadores
de serviço no setor da saúde – o último balanço de contas apontava um
montante de R$ 800 milhões; licitações de estradas impugnadas pelo
Tribunal de Contas também foram lembradas.
Os apontamentos do parlamentar foram criticados pela liderança do governo na Assembleia, taxados de inverdades.
O líder do PMDB na Casa voltou à tribuna e rebateu: “tenho
responsabilidade; apenas falo de fatos que acontecem, nada mais, nada
menos! O que é uma pena porque são situações tristes e que envergonham o
nosso Paraná”, finaliza.
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