quarta-feira, janeiro 11, 2017

De olho no Palácio Iguaçu, Ratinho pode deixar o governo Richa até abril

De férias com a família no interior de São Paulo, Ratinho Jr. (PSD) pode retomar seus últimos meses de trabalho à frente da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano (Sedu) a partir da próxima segunda-feira (16). 

Aliados próximos do deputado estadual licenciado afirmam que são reais as chances de ele deixar o governo em março ou abril. Tomada de olho na corrida pelo Palácio Iguaçu em 2018, a saída – se vier a ocorrer – terá como principal motivador um decreto editado pelo governador Beto Richa (PSDB) em novembro do ano passado retirando da Sedu a autonomia para firmar convênios com os municípios do estado.

A relação entre Ratinho e Richa começou a azedar no segundo turno da eleição para a prefeitura de Curitiba. Principal apoiador de Rafael Greca (PMN), o tucano foi duramente atacado por Ney Leprevost (PSD) na reta final da disputa.

 “Não posso aceitar que meus aliados, secretários de estado como o Ratinho e o [Eduardo] Sciarra, permitam uma campanha difamatória como a que o Ney tem feito em relação a mim. Se houve rompimento, que tenham a dignidade de me avisar”, disse o governador dias antes do pleito.

A gota d’água, porém, se deu quatro dias após a vitória de Greca. Num decreto de sete artigos, publicado em 3 de novembro, Richa criou o Comitê de Investimento do Sistema de Financiamento de Ações nos Municípios do Estado do Paraná. Pelo texto, cabe ao grupo – e não mais a Sedu – autorizar a celebração de convênios com os 399 municípios paranaenses. Apesar de formalmente o comitê ser presidido por Ratinho, na prática a última palavra nesses casos passou às mãos do governador, cujo representante direto no grupo é o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB).

“O Ratinho entendeu que o decreto foi dirigido para ele. Ele perdeu a autonomia que tinha no cargo e se desencantou com o governo”, afirma um deputado da bancada de 14 parlamentares do PSD e do PSC, que é liderada por Ratinho. “Eu, no lugar dele, teria uma conversa franca com o governador. Diria que a situação não está confortável, que, quando ele entrou no governo, as coisas não eram assim, que ele precisa de uma margem de manobra para trabalhar. E, se o Beto não tomar nenhuma atitude, o negócio é cair fora [da Sedu].”

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