sábado, maio 21, 2016

'A opinião deles não me interessa', diz Richa sobre o MST

O movimento cobra a exoneração do chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni...

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), elevou o tom contra o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que fazem protestos pelo assentamento de 10 mil famílias no Estado e pedem o fim das reintegrações de posse de áreas ocupadas. 

O movimento também cobra a exoneração do secretário chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, apontado pelos sem-terra como um instigador dos conflitos agrários. Richa afirmou que não tem interesse pela opinião do MST e defendeu Rossoni das acusações feitas pelo movimento.

De acordo com Richa, é impossível atender ao pedido dos sem-terra. “Eles não mandam no meu governo. Eu monto a minha equipe, sei da qualificação e da importância de cada um dos meus secretários, ou melhor, a opinião deles não me interessa em relação a isso”, afirmou.

Richa negou que Rossoni tenha interferido para prejudicar os sem-terra e disse estar aberto para o diálogo. “Sou uma pessoa tolerante equilibrada emocionalmente e estou disposto a conversar com todos, mesmo que tenha opiniões contrárias, mesmo que tenham motivações políticas, partidárias”, enfatizou.

O governador disse ainda que na tarde de quinta-feira (19) ficou acertado que ele irá receber integrantes do movimento no início da próxima semana sob a condição de que eles desbloqueassem a rodovia. “Acabei de ser surpreendido na manhã de hoje com alguns pontos de bloqueios”, declarou. Apesar disso, o governador declarou que poderá receber os sem-terra desde que a BR-277 seja desinterditada. “Posso falar com eles, mas é importante o desbloqueio das estradas porque isso traz prejuízos econômicos ao estado e transtornos aos paranaenses”, declarou.

O secretário chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, que também esteve em Cascavel, disse ontem que existem dois movimentos dentro do MST, um que trabalha e que deu certo, mas há outro composto por “vagabundos que não trabalham, não conhecem o que é a enxada e o que é foice”. Ele classificou esse outro MST como “quadrilha” e diz que são mantidos pelo governo federal.

Rossoni também alfinetou o assessor de Assuntos Fundiários, Hamilton Sergihelli, que havia dito que não sabia da reintegração de posse feita na quarta-feira (18) na Fazenda Santa Maria, em Santa Terezinha de Itaipu. “O Hamilton Serighelli é subordinado ao chefe da Casa Civil, certamente se ele tivesse ligado pra mim ele teria conhecimento do que poderia acontecer no outro dia, mas como ele não se reportou a mim, se reportou as pessoas erradas não tinha conhecimento e quem não obedece hierarquia, algo está errado”, afirmou.

O MST bloqueou a BR-277 novamente ontem entre os municípios de Laranjeiras do Sul e Nova Laranjeiras. Aproximadamente três mil integrantes do movimento participaram da ação. Por volta das 14 horas, eles deixaram a rodovia. As famílias ficarão acampadas próximo à rodovia, em Nova Laranjeiras, até a audiência com o governador Beto Richa que deve contar ainda com a presença de representantes do Incra, Ministério Público e outros órgãos.

Entidades

O governador Beto Richa recebeu de representantes de entidades do chamado setor produtivo documentos de apoio à ação de reintegração de posse da Fazenda Santa Maria, em Santa Terezinha de Itaipu. O documento foi entregue por presidentes de entidades, entre elas Acic, Sindilojas, Sinduscon Paraná Oeste e Caciopar, ao governador Beto Richa, ao secretário-chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, e ao tenente coronel Washington Lee Abe, da Polícia Militar. “Estamos muito gratos pela determinação deles no cumprimento de mandado judicial que preserva um direito garantido pela Constituição, o da propriedade”, afirma o presidente da associação comercial, Alci Rotta Júnior.

No documento enviado pela Caciopar (Coordenadoria das Associações Comerciais do Oeste do Paraná) assinado pelo presidente Leoveraldo Curtarelli de Oliveira, diz que a legalidade deve sempre prevalecer. “Parabéns ao governo estadual, à PM e a todos que, de uma forma ou outra, participaram da reintegração da última quarta-feira. Com essa atitude, cresce a expectativa de que outra reintegração igualmente importante ocorra nos próximos dias, a da Araupel, onde os direitos de uma empresa e de seus mais de mil colaboradores têm sido seriamente ameaçados e ignorados”, afirma o ofício.
CGN

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Laranjeiras do Sul

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