quinta-feira, abril 18, 2013

‘Promessômetro’ do DEM garante que Dilma não cumpriu 74% dos compromissos

O Globo

Para tentar derrubar a imagem de grande gestora da presidente Dilma Rousseff, o Democratas promoveu um ato nesta quarta-feira, batizado de “promessômetro”, para apresentar um levantamento feito pelo economista Carlos Eduardo Freitas, ex-economista do Banco Central, mostrando que o governo não entregou 74% das promessas previstas para 2011 e 2012. 

Provável candidato a presidente pelo PSDB, o senador Aécio Neves (MG) participou do evento ao lado do presidente e do líder do DEM na Câmara, senador José Agripino Maia (RN) e deputado Ronaldo Caiado (GO), respectivamente.
— O governo é ótimo em inaugurar promessas e não entregar obras — disse Agripino.

Todos bateram duro no que chamaram de “obsessão” de Dilma com a reeleição. Aécio disse que essa obsessão e o medo do crescimento de outras candidaturas está levando-a a se dedicar a uma agenda que apequena o cargo de presidente: correr o Nordeste , reduto do presidente do PSB e governador de Pernambuco Eduardo Campos; e Minas Gerais, entregando retroescavadeiras e tratores a prefeitos, uma atividade antes delegada a secretários.

Ele disse que o rolo compressor usado pelo governo para aprovar o projeto que impede novos partidos de ter acesso a tempo de TV e fundo partidário é outro indicativo do medo de perder em 2014.
— Ninguém poder querer ganhar por W.O. Isso mostra a enorme preocupação do governo com 2014. A presidente Dilma está assustada com o que está por vir e teme o embate. O governo está assustado com o ambiente eleitoral e quer enterrar outras candidaturas de forma truculenta —disse Aécio.

Caiado explicou o estudo que embasou o “promessômetro” e disse que o gráfico da “boca do jacaré” - linha da inflação lá no alto e do PIB lá embaixo - vai engolir o governo e levar à sua derrota na disputa de 2014.
- Em 2014 teremos muito mais chances de vencer que na Venezuela. Ao invés de 1,6% de diferença, vamos ganhar eleição por uma margem de 16% - disse Caiado, ironizando, ao falar da paralisia da transposição do Rio São Francisco, que as obras se transformaram em “pista de skate de bodes”.

Aécio aproveitou o plenário repleto para ressaltar a parceria antiga com o Democratas. Disse que o método de cooptação do Governo aproximava mais ainda PSDB e DEM. Sobre a criação do novo partido com a fusão do PPS e PMN, que tende a apoiar Eduardo Campos, ele disse que dá força a qualquer ação que fortaleça o debate e alternativas para a disputa de 2014. Disse que saúda o tom crítico trazido por Eduardo Campos à política econômica do governo.

Inflação no governo Dilma

Sobre o aumento dos juros, defendido ontem por Campos para retomar o controle da inflação, Aécio disse que essa é a opção que o Governo tem agora para reequilibrar um dos pilares da estabilidade econômica e fiscal. E que a responsabilidade do eventual aumento é do PT, e não na oposição, como acusa o governo.
— O aumento da taxa de juros é lamentável, porque o mundo todo caminha para sua redução. Mas o governo Dilma foi leniente com o controle da inflação e o resultado está aí. O governo flexibilizou os pilares do ajuste fiscal por sua própria responsabilidade — disse Aécio.

Lideranças do Democratas prometeram "panfletear" o livreto com os dados coletados sobre o documento enviado por Dilma ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com suas promessas de campanha em 2010, o plano da mensagem enviada ao Congresso no primeiro ano de seu governo, e as obras do PAC. O economista Carlos Eduardo Freitas disse que , no caso do PAC, não só não existem as obras, como os dados gerenciais não são fornecidos para acompanhamento. O levantamento tem em conta a evolução inflacionária, PIB, obras de logística como portos, rodovias e aeroportos, além de ações das áreas de saúde, educação, infraestrutura, segurança.
— O promessômetro não é um trabalho panfletário. É um trabalho de pesquisa. Cada dado é acompanhado de uma nota técnica — disse Freitas.

Segundo os dados apresentados, das 91 promessas selecionadas, 67 delas (74%) não cumpriram a meta para os primeiros dois anos de governo. No caso das ferrovias, UPPs e praças do PAC, a execução não teria chegado a 20%.
Financiamentos do BNDES

Os participantes do ato criticaram também o desperdício de recursos públicos e o BNDES para financiar operações que trouxeram grandes prejuízos para o caixa do Tesouro, como a refinaria de Pasadena pela Petrobras, investimento de R$ 13 bilhões nas empresas do grupo Friboi e outras. Como foi feito com o foco na Petrobras, Aécio informou que o próximo seminário do PSDB vai esmiuçar o "desmonte" do BNDES.
— O BNDES está sendo usado pelo governo para financiar campeões e construir grandes financiadores de campanha em 2014. Os pequenos e micro empresários não conseguem mais acesso aos financiamentos do BNDES — disse Caiado.

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