quarta-feira, maio 02, 2012

Santa Teresa do Oeste:Moradores temem ataques de onça-pintada

Sancho, de cerca de quatro anos, pesa 60 kg e é monitorada pelo Parque Nacional do Iguaçu (Foto: Divulgação/ Projeto Carnívoros do Iguaçu)

Onça atacando animais

Uma onça-pintada (Phantera onca) que vive no Parque Nacional do Iguaçu, na região oeste do Paraná, deixou de ser preocupação apenas dos profissionais da área de meio ambiente para ser motivo de discussões também entre os moradores de Santa Tereza do Oeste, município próximo ao parque. Isso porque o animal tem atacado o gado e também animais domésticos das propriedades locais. Em comunicado, divulgado nesta quarta-feira (2) o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão federal que administra o Parque Nacional do Iguaçu, afirma que os proprietários de terra na região foram orientados a proteger os animais e que o Instituto disponibiliza apoio material e humano nesta tarefa.

Contudo, na avaliação do representante comercial Auzenir Antônio Renosto, que já teve dois animais mortos por onça, as cercas não resolvem o problema. “Para segurar uma onça, só se for de tijolo de cinco metros”, afirmou. O animal que é o assunto dos moradores já dita comportamento. “De noite, ninguém está saindo fora”, explicou Renosto.
O último ataque do felino na propriedade de Renosto foi no domingo (29). Ele contou que um boi foi morto a 100 metros da casa onde ele vive com a família e que agora o receio não é mais apenas por causa dos animais. “Eu tenho família, meu piá de oito anos brinca aqui no pátio da casa”, disse. Renosto conta que tem cinco cabeças de gado e que cria os animais para consumo próprio, mas que muitos vizinhos sobrevivem da criação de vacas leiteiras. Segundo ele, alguns estão com medo de perder a fonte de renda.

Renosto e os demais moradores cobram uma ação do ICMBio para retirar o animal da região. “Eles tiveram aqui, mas falaram que não tem o que fazer, que a onça não pode ser levada para outro lugar. Ninguém quer matar, a gente está procurando eles [ o ICMBio] para resolver o problema, a gente sabe que tem que proteger, mas da maneira que está acontecendo acaba sendo perigoso para a gente”, argumentou o representante comercial que tem 49 anos.

A temida onça é um macho de 60 quilos e aproximadamente quatro anos de idade. O animal chamado pelo técnicos ambientais de Sancho é monitorado por meio de uma coleira eletrônica, que mostra, de acordo com o ICMBio, que a onça encontra-se invariavelmente nas áreas de floresta nativa durante o período diurno e, portanto, não há indícios de que ela represente riscos à população.

O próprio órgão, entretanto, recomenda prudência aos moradores nos deslocamentos noturnos próximo à divisa com o Parque ou áreas próximas com densa cobertura de árvores. Este acompanhamento faz parte do Projeto Carnívoros do Iguaçu, que age para a conservação da população de onça-pintada na região.

G1

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