sábado, abril 21, 2012

Requião teve encontros e negócios com Cachoeira por 16 meses

O ex-governador e atual senador Roberto Requião (PMDB-PR) manteve
por 16 meses, entre 2003 e 2004, a participação da empresa Larami
Diversões e Entretenimento com o Serviço de Loterias do Estado do
Paraná (Serlopar) para a exploração de jogos de loteria.

A Larami tem como sócios Carlos Augusto de Almeida Ramos, o
Carlinhos Cachoeira, que é investigado pela Polícia Federal e
está preso em Brasília, e o argentino Roberto Coppola. A dupla,
que terá suas atividades investigadas agora também pela Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada na última
quinta-feira pelo Congresso Nacional, manteve negócios em
diversos Estados do país.

A participação da Larami no governo Requião levou Cachoeira a um
primeiro contato com o então governador logo após a sua posse, em
janeiro de 2003, conforme registros da imprensa à época. Esse
encontro teria servido para garantir a continuidade da parceria,
o que de fato aconteceu -- o contrato só foi interrompido em
abril de 2004, mas as razões não foram esclarecidas até hoje.
Oficialmente, Requião sustenta que mandou cancelar o contrato
porque tinha detectado "irregularidades" na licitação que
precedeu a contratação da Larami, no final de 2001.
Requião e Carlinhos Cachoeira teriam se encontrado ainda pelo
menos em mais uma oportunidade, exatamente em março de 2004, para
tratar da manutenção da parceria. Mas as diferenças teriam se
acentuado muito, a ponto de causar a demissão do advogado Daniel
Godoy, então lotado na Casa Civil do governo. Logo depois, em
abril de 2004, o contrato com a Larami foi rescindido.

HISTÓRICO

O primeiro encontro foi registrado pelo jornal "O
Estado do Paraná", que relatou ainda a presença do senador
Maguito Vilela (PMDB-GO) entre as testemunhas da reunião no
gabinete do então governador Roberto Requião (ver
http://www.parana-online.com.br/colunistas/14/14969/).

O texto “Jantando com o Diabo” faz o seguinte relato: “Em janeiro
de 2003, pouco depois da posse, o governador [Requião] recebeu a
visita do senador Maguito Vilela, seu colega de bancada e
ex-governador de Goiás. A tiracolo de Maguito, ninguém menos que
Carlos Cachoeira, sócio da empresa Larami, que administra jogos
on-line, e bicheiro do caso Waldomiro Diniz, a mais nova estrela
do PT. Para entender: o tal Cachoeira é goiano, tem o seu QG
naquele Estado. E a Larami assinou contrato com a Lotopar no
apagar das luzes do governo Lerner.”

DUBLÊ DE SECRETÁRIO

Nos encontros, Requião recebeu o
contraventor Carlinhos Cachoeira acumulando a condição de
governador com a de secretário de Segurança Pública. Em 3 de
março de 2004, o deputado Valdir Rossoni (PSDB), então líder da
oposição, apresentou o requerimento número 168, no plenário da
Assembleia Legislativa, pedindo informações sobre a segunda
reunião de Requião e Cachoeira, que teria acontecido no dia
anterior. Rossoni indagava sobre o assunto tratado,mas o governo
nunca respondeu ao pedido.
Além do encontro com Requião, Carlinhos Cachoeira teria se
encontrado também com outros membros do governo, para tratar da
exploração dos jogos mantidos pelo governo e de sua participação
na Serlopar.
Em discurso no plenário, ainda no dia 3 de março, Rossoni
afirmava: "Ontem o homem (Daniel Godoy) pediu demissão, lá no
quarto andar. O cidadão que recebeu o Cachoeira lá no quarto
andar, para discutir as questões dos bingos, para discutir as
questões de loterias. Parece que de vergonha, pediu demissão". As
informações estão registradas no Diário Oficial da Assembléia do
dia 3 de março de 2004.

SOCIEDADE

A entrada dos sócios Roberto Copolla e Carlos Augusto
de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, na Larami foi
formalizada em 2 de setembro de 2001. Nesse dia, conforme
registros da Junta Comercial do Paraná, a empresa também teve o
seu capital social aumentado de R$ 5 mil para R$ 600 mil, para
poder participar da concorrência que foi aberta para escolher um
operador para a exploração das loterias do Serlopar.

O contrato só foi rompido em abril de 2004, quando curiosamente
Requião deixou de acumular o cargo de secretário da Segurança
Pública com o de governador. No período da parceria, as relações
entre o governador e o contraventor foram harmoniosas, como
demonstram a disponibilidade para jantares na sede do governo do
Estado.

Depois da interrupção do contrato, no entanto, o clima mudou. O
nome de Requião é citado em mensagens trocadas em 2010 entre
Roberto Coppola e Adriano Aprigio de Souza, que são ligados a
Cachoeira, segundo revelam os documentos da investigação sobre o
contraventor feita pela Polícia Federal com a operação Monte
Carlo. Eles registram que a loteria do Paraná foi extinta e seria
difícil recriá-la. Coppola refere-se a Requião com palavrões e
ofensas.
Em março do ano passado, uma interceptação de conversa telefônica
entre outros dois integrantes do grupo do contraventor (o
ex-araponga Dadá, da Abin - Agência Brasileira de Inteligência, e
um sujeito identificado como Lenine), feita pela Polícia Federal,
aponta que os dois admitem que no Paraná não haveria mais nenhum
andamento para a retomada dos serviços de loteria.

Via Assessoria de imprensa Deputado Federal Fernando Franschini

2 comentários:

Anônimo disse...

Por isso que ninguém ganhava naquela maldita loteria do paraná...roubaram nosso dinheiro.

Anônimo disse...

e agora? o advogado de porto si fu... q sujeira!

Laranjeiras do Sul

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