quarta-feira, setembro 07, 2011

Laranjeirense ex-chefe do Dnit no Paraná é demitido por irregularidades

David Gouvêa estava afastado do cargo por suposto envolvimento em fraudes que teriam causado um rombo de R$ 8,8 milhões. Outros 5 foram exonerados.

Seis servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) do Paraná foram demitidos ontem por suposto envolvimento em irregularidades em contratos e licitações de obras, que causaram um rombo de R$ 8,8 milhões aos cofres da União. Entre os funcionários exonerados está David José de Castro Gouvêa, ex-superintendente do Dnit no estado. A portaria com a demissão dos servidores foi publicada ontem no Diário Oficial da União e foi assinada pelo ministro do Transportes, Paulo Sérgio Passos.

Gouvêa foi afastado temporariamente do cargo de superintendente e teve os bens bloqueados em março de 2009, por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). A decisão foi tomada depois de uma auditoria do TCU no Paraná encontrar irregularidades em uma série de contratos e licitações, que causaram prejuízo de R$ 8,8 milhões. Entre as infrações, detectadas principalmente em obras na BR-476, estão o suposto direcionamento e a dispensa irregular de licitações, o superfaturamento de preços e pagamentos acima do devido a empresas contratadas.

Uma construtora com sede em Curiti­­­ba foi uma das empresas supostamente beneficiadas. Na época, o ministro do TCU Raimundo Carreiro afirmou que os procedimentos entre alguns servidores do Dnit e a construtora “sinalizam a existência de conluio” e dão “fortes indícios de ação mancomunada”. Pela auditoria, além do ex-superintendente outros cinco servidores tiveram envolvimento direto nas irregularidades: os engenheiros Marcelo José Leal Gasino, Ronaldo de Almeida Jares e José Roberto Bilobran; o ex-superintendente substituto Omir Mello Ferreira; e o interino Emerson Copper Coelho. Todos foram demitidos ontem.

Recomendação - Depois do afastamento determinado pelo TCU, o Ministério dos Transportes abriu procedimento administrativo disciplinar para apurar a responsabilidade dos servidores do Paraná nas ilicitudes. Por recomendação do TCU, o ex-diretor-geral do Dnit Luiz Antônio Pagot instaurou os procedimentos, ainda em 2009, que só foram concluídos ontem, quando a portaria com a demissão dos envolvidos foi publicada.

Fonte do TCU diz acreditar que os procedimentos foram concluídos por causa da reformulação feita na cúpula nacional do Dnit, depois do escândalo de corrupção envolvendo o órgão e o Ministério dos Transportes. Pagot e o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento perderam os cargos depois do escândalo de superfaturamento das obras e de suposto esquema de cobrança de propina envolvendo o Dnit e o ministério.

A Gazeta do Povo procurou o ex-superintendente do Dnit no Paraná David Gouvêa, mas o celular dele estava desligado. Os outros cinco ex-servidores demitidos não foram localizados pela reportagem para comentar a exoneração.

Contorno - Fiscalização do TCU encontrou falhas em obra em Maringá.

Uma das irregularidades detectadas pela auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), que culminou ontem com a demissão do ex-superintendente do Dnit no Paraná David Gouvêa, e de outros cinco servidores, foi na obra do contorno norte de Maringá, na BR-476.

No relatório, os auditores afirmam que Gouvêa teria “revogado o processo licitatório” contrariando a comissão de licitação e as orientações da direção-geral do Dnit. As obras começaram sem supervisão, delegando esse serviço a um engenheiro que morava em Londrina, que fica a 80 km do canteiro de obras.

Sem a fiscalização, a empreiteira, alega o TCU, teria feito por conta própria as medições que davam subsídio aos pagamentos feitos pelo Dnit. A empresa é a Sanches Tripoloni, que durante o escândalo envolvendo o Dnit e o Ministério dos Transportes, foi citada por conta dos aditivos que elevaram o custo da obra de R$ 142 milhões para R$ 179 milhões.

A construtora Sanches Tripoloni aumentou em 1.273% seus contratos com o governo federal. À frente do Ministério do Planejamento, na gestão do presidente Lula, o ministro Paulo Bernardo, teria se empenhado para a construção do contorno norte de Maringá. Veio à tona informação que Paulo Bernardo e a mulher dele, a senadora e atual ministra, Gleisi Hoffamann, pegaram carona com o avião da empreiteira no ano passado.


Por Gazeta do Povo - PR

3 comentários:

Anônimo disse...

Até que enfim pegaram este ladrão!

Anônimo disse...

Faltava agora pegar os ladrões que moram na cantu e também casal de figurões que posam de bom moço perante o governo...

Anônimo disse...

Laranjeiras do Sul exportando "talentos".

Laranjeiras do Sul

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