quinta-feira, agosto 05, 2010

Jornalista tem identidade roubada por caixeiro (gazeta de Joinville)


Há três anos, a rotina do jornalista Dennis Jorge Migliorini, de 27 anos, é explicar à polícia de todo o país que nunca furtou caixas eletrônicos. No final de 2008 surgiu a primeira surpresa: um delegado do Distrito Federal entrou em contato relatando que a polícia estava a sua procura. Mesmo não praticando nenhum tipo de crime, Dennis, que vive na cidade paranaense de Laranjeiras do Sul, foi procurado por policiais Civil e Federal de Brasília, Rio Grande do Norte, Pará, Bahia e outros estados.

A novela começou depois que um “caixeiro” (como é chamado o arrombador de caixa eletrônico) foi preso e apresentou os documentos do jornalista. “A prisão da pessoa que se passou por Dennis aconteceu em 28 de novembro de 2008, por volta das 22 horas. Na oportunidade, ele foi autuado em flagrante, juntamente com outro indivíduo chamado Antônio Ricardo Linhares Pinto (conhecido em Joinville como Papa). Após alguns dias da prisão em flagrante, o Poder Judiciário libertou o falso Dennis mediante liberdade provisória”, explica o delegado de Brasília Welington Barros Pereira.

O caixeiro que se apresentava com a identidade do jornalista pertence a uma quadrilha supostamente oriunda de Joinville e já foi preso em várias cidades junto com conterrâneos joinvilenses. Atualmente, não se sabe o paradeiro e nem a identidade do caixeiro, apenas imagens de quando foi preso em Brasília mostram que uma de suas características é uma tatuagem no braço direito (dragão com flor de lótus).

O problema de Dennis é bastante comum, pois quem pratica esse tipo de crime se apresenta com uma nova identidade para ficar com a ficha limpa. Como Antônio Ricardo Linhares Pinto declarou para esta gazeta em 2005. Segundo ele, trocou de nome há quatros anos para não ter problemas.

A outra surpresa de Dennis aconteceu quando trocou o número do celular e descobriu que havia vários números cadastrados em seu nome e usados em todo o Brasil. “Em maio desse ano recebi uma carta de um delegado do Rio Grande do Norte, em Natal, relatando que eu era procurado por roubar um caixa eletrônico. Depois mais contatos da polícia dizendo que eu era acusado de furtos no Pará”, relata Dennis.

Após peregrinação por várias delegacias para explicar o mal entendido, Dennis conseguiu excluir-se dos processos, mas pretende pedir indenização da União. “Já havia mandado de localização para me achar. Isso deve acontecer com várias pessoas. Eu tentei arrumar emprego, mas meu nome ficou envolvido em furtos de caixa”, desabafa o jornalista.

Com o nome nas páginas policiais de vários jornais do país, o jornalista usa seu blog para desfazer o mal entendido.

Currículo

Quando foi preso em Brasília, o homem que se passava por Dennis relatou para a polícia que praticava o crime há bastante tempo e tinha um patrimônio avaliado em R$ 1 milhão. Ele teria um imóvel em Balneário Camboriú.

Delegacia de Joinville

Segundo o delegado Marcel Araújo de Oliveira, da Polícia Civil de Joinville, já há informações sobre o suspeito. No entanto, não se sabe qual é o nome verdadeiro. Segundo ele, com dados da pessoa, como RG e CPF, fica fácil fazer um documento falso. “Eventualmente prendemos pessoas por esse tipo de crime. Ontem (29 de julho) foi preso um homem aqui em Joinville e na casa foram encontrados vários documentos falsos. Além do crime de furto, o falso Dennis terá que responder por falsificação de documentos”, garante o delegado.

Responsável pela prisão de Marcucci estava envolvido

O falso Dennis foi preso em Brasília com Antônio Ricardo Linhares Pinto, caixeiro conhecido em Joinville. Em janeiro de 2005, na edição número 04 dessa Gazeta, Antônio, conhecido como Papa, deu uma entrevista. Ele foi o autor da denúncia que levou dois policiais da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil de Joinville para a prisão em flagrante. Na época, ele acusou agentes de extorquirem dinheiro, durante anos, dos assaltantes de caixas eletrônicos. Além disso, ele trouxe à tona que o mandante da extorsão era o ex-vereador de Joinville e delegado Marco Aurélio Marcucci. Isso afastou Marcucci do cargo e o levou direto para a prisão.

Fonte:Jacson Almeida
redacao@gazetadejoinville.com.br
Fonte: www.gazetadejoinville.com.br

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